• Especialista do Hospital Santa Teresa aponta prejuízos do hábito de fumar e dá dicas para quem quer parar

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  • 31/05/2022 16:01
    Por Redação/ Tribuna de Petrópolis

    O Dia Mundial sem Tabaco é celebrado neste dia 31 de maio com o objetivo de chamar a atenção para a ação nociva do cigarro na saúde humana e as medidas que podem ser tomadas para o controle do tabagismo. Responsável por mais de 7 milhões de mortes por ano em todo o mundo, e por inúmeras doenças relacionadas, o tabagismo é uma das principais causas do câncer de pulmão e, no Brasil, milhares de pessoas morrem anualmente por este tipo de câncer.

    Várias das aproximadamente 4.600 substâncias existentes em um cigarro são extremamente agressivas para as células do nosso corpo. Segundo o Dr. José Kawazoe, especialista em Cardiologia e Medicina do Exercício e do Esporte do Hospital Santa Teresa, de Petrópolis, “o cigarro agride as células endoteliais, que são as células que revestem nossas artérias e veias, contribuindo para a deterioração da saúde vascular e para o aumento dos casos de diversas enfermidades, como hipertensão arterial, infarto agudo do miocárdio, doença renal crônica, doenças relacionadas à aterosclerose, entre outras”.

    O tabagismo, ato de se consumir cigarros ou outros produtos que contenham tabaco, gera a dependência química à nicotina, droga psicoativa que constitui o princípio ativo do tabaco. “Ao ser inalada e atingir o sistema nervoso central, a nicotina provoca a liberação de neurotransmissores capazes de produzir uma sensação de prazer. Com o passar do tempo, a pessoa sente necessidade de fumar um número maior de cigarros e se torna dependente dessa substância”, explica o médico.

    Nos últimos anos, tem se observado um movimento de substituição do cigarro comum pelo cigarro eletrônico, com o objetivo de driblar essa dependência. No entanto, a maioria contém nicotina e o uso desse tipo de cigarro pode ser tão nocivo quanto o uso do cigarro convencional. “Temos visto cada vez mais registros de casos de lesões pulmonares causadas pelo uso de cigarros eletrônicos, inclusive com casos de internação em UTI. É preciso entender que, apesar de ter menos substâncias tóxicas que o cigarro comum, os cigarros eletrônicos não são totalmente isentos dos compostos dos cigarros comuns, o que os tornam também deletérios para a saúde”, explica Dr. Kawazoe, complementando que o principal causador dessas condições é o vapor, que por ser muito quente e chegar ao pulmão misturado a algum tipo de óleo presente na base desses cigarros, pode causar lesões e inflamações pulmonares.

    Campanhas para cessar o tabagismo, como as que são incentivadas pelo Dia Mundial sem Tabaco, são importantes para trazer a discussão para o dia a dia das pessoas e, consequentemente, conscientizar sobre a importância de parar de fumar, em qualquer idade.

    A boa notícia é que o Brasil lidera o ranking de pessoas que pararam de fumar, estando à frente de nações como Noruega, Austrália, Canadá e Dinamarca. “O primeiro passo para parar de fumar é estar consciente da importância de cessar esse hábito para a saúde e tomar a decisão de parar. Depois, é recomendado procurar um médico de confiança para discutir as melhores estratégias para esta ação. Família e amigos podem ajudar, primeiramente não fumando na frente do paciente que quer parar de fumar, e incentivando hábitos saudáveis de vida, como uma alimentação balanceada e a prática de exercícios. O grau de conscientização da população brasileira sobre os malefícios provocados pelo cigarro é bastante consistente, mas é importante continuar o trabalho de informação para todos os estratos da população”, conclui o médico.

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