• Espaço Shiva recebe “Círculo de Mulheres” neste domingo (04), às 15h

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  • Por Aghata Paredes

    Evento promove a escuta, o acolhimento e a troca de saberes entre mulheres

    “Quando você recupera ou descobre algo que nutre a sua alma e te traz alegria, se ame a tal ponto de fazer um espaço em sua vida para isso.” A citação é do livro “O milésimo círculo”, da psicanalista Jean Shinoda Bolen. É com essa frase que Liebe Saar, fotógrafa da essência feminina, se refere aos Círculos de Mulheres que realiza. 

    Neste domingo, o público feminino vai poder viver a experiência de um Círculo bem no Centro de Petrópolis. O Espaço Shiva, considerado um templo por seus idealizadores e frequentadores, é aberto a qualquer atividade que tenha como objetivo o aprimoramento do ser humano e o desenvolvimento espiritual. Por isso, o local não é um espaço comercial, mas colaborativo. Todos os profissionais atuam de forma livre e independente. Além disso, todas as atividades ocorrem através de doações. Para o evento, a troca sugerida (não obrigatória) é de R$10,00 + 1 produto de limpeza.

    Foto: Maria Hennies

    Segundo Liebe, os Círculos de Mulheres são todas as instâncias nas quais as mulheres se reúnem com o objetivo de promover a escuta, o acolhimento e a troca de saberes, independente do formato. “Esses encontros já aconteciam no passado, quando as nossas ancestrais se reuniam ao redor do fogo, fosse para cozinhar, rezar, dançar, bordar ou para alguma outra atividade. Com o passar do tempo fomos dando as costas a esses costumes, por conta da correria do dia a dia, da crescente pressão para sermos mais produtivas e, com isso, fomos nos esquecendo de nós mesmas. Deixamos de escutar nossos corpos e esquecemos que somos Natureza. Vejo os Círculos de Mulheres como um momento para voltar a nos olhar com Amor, para nós mesmas e para as outras, para conectar-nos com nossos ciclos e com o Divino que habita em cada uma de nós.”, explica a facilitadora. 

    Foto: Divulgação

    A busca de Liebe por sentido na vida

    A fotógrafa viveu grande parte da sua vida perseguindo carreira e status, mas não encontrava sentido nesse caminho. Durante sua busca por uma vida com mais propósito, Liebe fez mais de quinze anos de psicoterapia e dois de psicanálise. “Isso foi muito importante no meu caminho de autoconhecimento, mas ainda não via sentido em nada. Até que no começo de 2019, com dois meses no Chile, e passando por uma forte depressão, me convidaram para o meu primeiro Círculo. Lá fui eu sem conhecer ninguém, sendo abraçada por todas as mulheres que honraram a chegada de mais uma irmã. Cantei, abri meu coração, e meus sentimentos foram respeitados e legitimados. Fui acolhida, escutei outras mulheres, acolhi e honrei o espaço.”, conta. 

    O senso de comunidade

    Uma das coisas que mais chamou a atenção de Liebe no círculo foi o senso de comunidade. “Ser escutada com atenção, sem ser ridicularizada ou julgada pelo que eu sentia foi e continua sendo extremamente sanador. Por mais que cada mulher tivesse sua vida, seus compromissos, havia uma comunidade ali. Um grupo de acolhimento, de trocas genuínas e desinteressadas. Depois desse Círculo, muitos outros se seguiram, caminhos para outras medicinas foram abertos e minha vida se transformou dia após dia.”, diz.

    Foto: Divulgação

    Honrando a vida

    A partir da sua primeira experiência com um Círculo de Mulheres, a fotógrafa começou a meditar e a honrar a vida. “Passei a ser grata por tudo: minha vida, meu corpo, pela água, pelo alimento e pelo ar puro. Voltei a pisar na terra como fazia quando era criança e a escutar o meu coração.” 

    Liebe conta, ainda, que o trabalho deixou de ser um sacrifício e passou a ter um propósito. Em 2021, quando sua mãe foi hospitalizada, a fotógrafa tomou a difícil decisão de deixar o Chile para acompanhá-la em sua recuperação. “Segui com o processo de autoconhecimento e cura, que está totalmente ligado à nossa relação.  No final de dezembro de 2021, desembarquei aqui com mala, tambor xamânico, copalera (defumador mexicano), tarot, oráculo e penas de pelicano [risos]. Estava pronta para seguir meu caminho aqui, mas logo depois de 26 anos fora da cidade e sem encontrar um grupo que eu conhecia, decidi criar o Círculo de Mulheres Criadoras de Vida, com 2 ou 3 mulheres mais próximas que  sentiram o chamado. Aos poucos, outras mulheres foram chegando. O círculo foi realizado até hoje na sala da minha casa, no Quitandinha, até eu conhecer o Espaço Shiva, que me recebeu com muito carinho para essas e outras práticas direcionadas à cura feminina.”, conta.

    Todos os círculos de mulheres que Liebe facilita até então têm em seu cronograma uma meditação, além de outras atividades intuitivas. “Nós já fizemos, por exemplo, o nosso próprio japamala, já queimamos nossas memórias de dor e muitas outras coisas.”, diz.

    No Círculo deste domingo (04), segundo a facilitadora, haverá uma meditação de ativação da chama trina e o compartilhamento de sentimentos, a fim de aproveitar a energia da Lua Crescente. “Faremos uma atividade que desperte nossa força de vontade para vencer a procrastinação e trabalhar pelos nossos projetos. Acenderemos nossas velas com uma intenção; dançaremos, mexendo os quadris, onde está localizado o canal energético da criatividade e da alegria e, ao final, compartilharemos o alimento, honrando e agradecendo a Mãe Terra.

    Questionada sobre o que as mulheres podem esperar do evento, ela conta que será um momento em comunidade, de escuta e acolhimento. “A ideia é despertar o Amor próprio e, assim, poder olhar umas às outras com esse mesmo Amor.”, conclui.

    O Espaço Shiva fica na Rua Treze de Maio, 259 – Centro.
    Mais informações sobre o evento podem ser encontradas no perfil @shivaespacoyoga

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