• Escritor de Petrópolis lança livro em São Paulo reverenciando autoras da cultura afro

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  • 28/10/2020 15:55

    Nesta quinta-feira (29), o petropolitano André Sampaio lança em S?o Paulo o livro  “Matriarcas: Mulheres de Raça e de Cor” pela Riemma Editora. A obra, que traz um mergulho no estudo da cultura afro-brasileira, foi desenvolvida trazendo um estudo da tradição oral na construção cultural no Brasil. 

    O projeto tem o incentivo da SKY, que garantiu patrocínio por meio das leis de incentivo. Os destaques do livro são três autoras da cultura afro: Mãe Beata de Yemonjá, Conceição Evaristo e Fabiana Cozza.

    “O tema sempre esteve em mim! No entanto, ouvi muitas vezes: ‘o que esse loiro de olho verde está fazendo aqui?’, ‘Como pode falar de africanidades sendo branco?’, ‘Ele não tem lugar de fala!’, e assim por diante. Mas, como eu disse, nunca esmoreci! Sou brasileiro! O meu lugar de fala é o Brasil! Sou fruto de uma mistura de raças e só isso me dá autonomia para falar sobre a nossa cultura e sobre aquilo que faz o meu coração bater mais rápido”, diz o autor. 

    O escritor petropolitano André Sampaio.

    O trabalho em torno da obra surgiu em 2003, quando André, que é professor, estava ainda na graduação. Foi na busca do tema do trabalho final, que ele decidiu falar de uma de suas paixões: a religião. 

    “Comecei a buscar e perguntei a minha professora da época qual obra eu poderia trabalhar. Ela me respondeu: o livro encontrará você! Não procure! E assim foi. Um dia num sebo de livros vi na prateleira de obras sobre religiões afro-brasileiras uma capa que me chamou a atenção por ser parecida com papel de pão. Peguei o livro e ali estava Caroço de Dendê, de Mãe Beata de Yemonjá. Abri o livro e me deparei com inúmeros contos que traziam os mitos iorubás. Pensei: achei o tema da minha monografia”, conta. 

    Outra escritora trazida no livro é Conceição Evaristo, que André conheceu pela orientadora da graduação. No livro, o autor aborda o romance “Ponciá Vicêncio”, uma história comovente sobre uma menina/mulher que busca a sua própria identidade dentro de uma sociedade marcada pelo ranço colonial. 

    E por fim, o livro traz Fabiana Cozza, cantora e autora que ultrapassa os limites impostos pelo social, provando que ser brasileiro é fazer parte de inúmeras culturas distintas..

    O livro ainda traz um capítulo teórico que antecede a análise das três autoras. Propõe-se então um mergulho na História, na Sociologia, na Filosofia, na Literatura, na Antropologia e na Teologia para a busca pelo entendimento do universo em que cada autora se encontra. Para isso, o autor lança mão das teorias de Paul Zumthor, Walter Benjamin, Stuart Hall e Hommi Bhabha, entre outros.

    Leia também: Livro de petropolitana é selecionado como um dos dez melhores originais por editora de São Paulo

     

     

     

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