• Escolas inovam para atrair a atenção dos alunos

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  • 09/04/2018 14:15

    Quando se trata de explicar o que acontece dentro de uma sala de aula, logo surge na memória a imagem de alunos sentados, em silêncio, copiando algum exercício, ou atentos a alguma explicação do professor. Essa cena é comum em colégios que oferecem o ensino chamado tradicional, mas hoje, saindo da metodologia de aprendizado pela memorização, escolas e professores têm optado por métodos investigativos que estimulem as crianças e adolescentes a buscar o conhecimento. E não apenas isso: ajudam também o desenvolvimento de habilidades socioemocionais dos alunos.

    Salas de aulas em que apenas o professor era o protagonista estão sendo deixadas de lado. Alunos têm voz e, em boa parte dos casos, são eles, instigados pelo professor, que trazem as questões para a discussão nas aulas. Para ir além do conteúdo, escolas têm optado por ferramentas que despertem a curiosidade nos temas que são abordados em cada disciplina.

    “Sem abrir mão do tradicional, no Pensi estimulamos os alunos a se interessar pelos temas. Dividimos as avaliações em seis ciclos, diferente das escolas tradicionais, em que o ano letivo é dividido em bimestres. Isso sem falar na plataforma adaptativa. Com ela, o conteúdo que os alunos têm em sala de aula podem ser acessados em casa, através de uma plataforma on-line. Lá as atividades são oferecidas de acordo com a necessidade do aluno”, explicou a diretora do Colégio Pensi Petrópolis, Elisa Badia. 

    Com o forte apelo da internet, criar uma interação do aluno com o conteúdo que é apresentado dentro da sala de aula pode ser um diferencial no processo de aprendizagem. A geração Z – nascidos no fim da década de 1990 até 2010 – cresceu junto com a criação dos aparelhos eletrônicos. Por isso, não é de se estranhar que os jovens fiquem cada dia mais conectados e, com a volume de informações que acessam diariamente, se tornem mais questionadores.

    Na Escola Sesi, com a metodologia SESIeduca o aluno é motivado a aplicar, na prática, o que aprendeu. Através de projetos os alunos são levados a investigar caminhos, levantar hipóteses e construir o conhecimento. A metodologia adota o movimento MAKER no processo educacional, cujo objetivo é a “cultura do faça você mesmo”, que estimula o aluno a participar ativamente dos projetos, contextualizados a partir de temas atuais.

    Assim como o Pensi, o Sesi também oferece uma plataforma on-line para os alunos. Através de games educativos e material de ensino interativo, o aprendizado de disciplinas como Matemática, por exemplo, deixa se ser tabu para entrar em uma linguagem mais simples de ser absorvida. 

    Metodologias que estimulam a convivência interpessoal

    Neste contexto de interação entre diferentes ferramentas de ensino, há metodologias que utilizam a interação do aluno com o meio social que está inserido para educar. Na metodologia sociointeracionista o estudante é estimulado através do convício social a desenvolver soluções para problemas do dia a dia, através do raciocínio, criatividade, iniciativa e competências socioemocionais.

    No Dinâmico Centro de Ensino, os alunos são estimulados a serem os protagonistas dos próprios projetos. Nestes, o convívio com outros alunos na solução dos problemas propostos, levam os estudantes a vivenciar relações interpessoais semelhantes as que terão  fora da escola. 

    “O objetivo é instigar o aluno a desenvolver um raciocínio lógico na resolução de problemas. Nos projetos que são protagonizados por eles, aprendem a lidar com situações de perda, ganho, solidariedade, respeito e generosidade com os colegas. Isso é fundamental para o crescimento pessoal e profissional deles”, destacou a diretora do Dinâmico, Rosane Reis.

    No colégio os alunos têm a oportunidade de escolher atividades físicas que mais se identifiquem, e com isso, segundo a diretora, tem a chance de identificar e trabalhar suas potencialidades.  

    “A diferença de comportamento é visível nas minhas filhas. A mais velha então nem se fala, ela não tinha muito interesse pelos estudos. Agora vive antenada, conversa sobre assuntos da atualidade. Até no lado emocional delas eu notei uma mudança. É muito importante criar esse estimulo no aprendizado”, contou a jornalista Renata Pompeu, tem duas filhas, 17 e 8 anos, que estudam sob o método sociointeracionista.

    Trabalhar as habilidades socioemocionais é essencial para o desenvolvimento humano

    No Laboratório Inteligência de Vida (LIV), do Colégio Pensi, são propostos a todos os alunos uma competência socioemocional diferente a ser trabalhada durante todo o ano letivo. A fim de estimular o pensamento crítico, a comunicação, criatividade, colaboração, entre outros. “É fundamental que os alunos aprendam a lidar com os sentimentos. Na vida todos os dias enfrentamos desafios, e saber lidar com eles é indispensável para o aprendizado acadêmico”, completou Elisa. 

    Outras escolas também investem na formação humana dos alunos para um melhor aprendizado acadêmico. “Em todas as fases da vida eles vão encontrar dificuldades, então, por isso, é importante que recebam uma formação completa, trabalhando virtudes e valores. Apesar de sermos uma instituição de ensino fundada por franciscanos, trabalhamos o ecumenismo. Os alunos desenvolvem projetos que contribuam para sua formação socioemocional”, destacou a gestora do Bom Jesus Canarinhos, Rose de Mello.

    No projeto “Virtudes atitudes”, são propostos aos alunos trabalhos de cunho social em outras instituições. A gestora destaca que trabalhos como estes tem sido essencial para a formação humana, em relação aos alunos da instituição. “Em uma palestra de uma ex-aluna que, hoje, trabalha realizando projetos sociais, destacou a importância da vivência que teve dentro da instituição para seu trabalho hoje. Acredito que essa seja a importância desse tipo de formação humana dentro das escolas, para preparar o aluno para que além do aprendizado acadêmico ele tenha valores concretos para viver em sociedade”, disse. 

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