• Entrada de suplentes altera perfil político da Câmara Municipal

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  • 28/01/2019 11:45

    Dois anos depois da posse dos 15 vereadores eleitos em 2016, apenas nove continuam no exercício do mandato e seis estão afastados por decisão judicial. Com isso, o perfil da câmara mudou e com ele o número de partidos, pois mesmo quem não elegeu ninguém, com a posse dos suplentes agora ocupa uma cadeira: Solidariedade, PSDB e o PDT. Outra mudança é que o governo, que antes contava com uma bancada coesa, agora encara uma bancada dividida. Além disso, na falta de um articulador político, haverá sempre a sombra da maioria votar com a oposição.

    Até abril de 2018, a bancada governista estava coesa e fechada em torno da liderança política do vereador Paulo Igor (MDB), mas com seu afastamento por decisão judicial, abriu-se um espaço que não foi aproveitado por nenhum vereador. Apesar de manter a maioria, segundo um vereador, o apoio ao prefeito Bernardo Rossi ficou estremecido e alguns vereadores andavam insatisfeitos, dando a entender que podiam tomar um caminho mais independente, mas sem fazer oposição.

    Porém, com o afastamento, também por decisão judicial, de quatro vereadores no dia 11 de janeiro – Luizinho Sorriso (PSB), Wanderley Tamboada (PTB), Reinaldo Meirelles (PP) e Ronaldão (PR) – não apenas a bancada governista sentiu as baixas, mas também o governo municipal, que logo se movimentou para não perder o apoio. No entanto, tudo indica que a movimentação não teve grande sucesso, pois o vereador Leandro Azevedo (PSD) conseguiu, com apoio dos vereadores que tomaram as assinaturas necessárias, a abertura da CPI do Natal Imperial.

    O espaço político surgido com a saída de cena de Paulo Igor parece que será ocupado pelo vereador Fred Procópio (PSDB). Ele tem sido apontado por alguns vereadores como um grande articulador político e demonstrou isso na última semana, quando foi um dos intermediários entre a bancada de “vereadores suplentes”, a oposição e os vereadores da bancada governista ou da situação, representada neste momento pelo presidente da Câmara, vereador Roni Medeiros (PTB) e Maurinho Branco (PP). 

    As primeiras ações conjuntas dos vereadores Fred Procópio e Leandro Azevedo indicam que a Câmara Municipal, a partir de agora, vai tomar um novo caminho: os dois devem liderar, um aproveitando o potencial do outro na hora dos embates políticos. Dos quatro suplentes que assumiram os cargos na Câmara, apenas Hingo Hammes (PTB) é dito como vereador da base do prefeito Bernardo Rossi. No entanto, segundo pessoas próximas a ele, sua postura será mais independente, procurando seu espaço político. Por isso teria aceitado, no terceiro dia em que ocupava a cadeira na Câmara, o convite para participar de duas frentes parlamentares articuladas pelo vereador Leandro Azevedo, uma sobre educação física e outra da economia solidária. 

    Os outros três – Jamil Sabrá (PDT), Marcelo Lessa (Solidariedade) e Ronaldo Ramos (PSB) – estão mais próximos da oposição e de uma atuação mais independente. Este é o caso do vereador Ramos, que nas duas legislaturas em que atuou na Câmara teve como objetivo trabalhar pela comunidade da Posse. O vereador Jamil, nas duas vezes em que assumiu o cargo nesta legislatura, votou com o governo nas questões que considerou importantes para a cidade. Já Marcelo Lessa, nos primeiros dias tomou uma postura de oposição, mas ainda é cedo para dizer se vai manter esta atitude.

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