• Entidades filantrópicas podem ter que fechar por falta de investimentos

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  • 14/10/2016 10:00

    As entidades filantrópicas de Petrópolis vão promover uma mobilização em repúdio à extinção da Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos (SEASDH-RJ) do Rio de Janeiro, que foi anunciada em reunião realizada na sede do próprio órgão, na última segunda-feira (10), na capital do estado.

    Diante da situação, mais de 17 entidades petropolitanas, que atendem a crianças, idosos, pessoas portadoras de necessidades especiais, mulheres vítimas de violência e também pessoas em situação de rua, decidiram se unir e marcar a mobilização para tentar evitar que o Governo do Estado acabe com a secretaria. Entre as instituições estão: Apae, Terra Santa, Instituto Emmanuel, Projeto Renovar, Projeto C3, Lar Santa Catarina, Gaap, Centro Educacional São Charbel e o Grupo Assistencial SOS Vida. 

    Todos eles participaram da reunião de segunda-feira, onde declararam luta pela preservação da SEASDH, para valorização e conservação dos direitos básicos, principalmente daqueles que têm necessidades especiais, sejam físicas, financeiras ou psicológicas. “Estamos aqui em defesa da assistência social. É uma união que vai fazer a força”, disse Antônio Carlos Pires, do SOS Vida.

    Para Fernanda Ferreira, secretária de Trabalho, Assistência Social e Cidadania de Petrópolis, a medida tomada pelo Governo do Estado representa um retrocesso. “Esse enxugamento é reprovado. Vai acabar com a sociedade. Não sabemos o que pode acontecer. A extinção da Secretaria de Estado de Assistência e Direitos Humanos vai implicar certamente na extinção das existentes nos municípios do estado. Isso tudo terá consequências gravíssimas, como o aumento da violência urbana e problemas de saúde pública, porque teremos mais gente nas ruas, e isso é só o início”, declarou Fernanda. 

    Além da notícia de que a SEASDH-RJ será extinta, um outro motivo também revolta as organizações do terceiro setor de Petrópolis: a falta do pagamento da verba do Fundo da Infância e da Adolescência. Algumas das instituições da cidade já estão adotando medidas para conter os gastos e evitar o fechamento. A principal consequência do atraso do pagamento do FIA, por parte do Governo do Estado, é a demissão de alguns funcionários. A creche São Charbel, por exemplo, teve que demitir dois funcionários, e o grupo Apae Petrópolis já demitiu, pelo menos, seis. “Temos dois projetos que estamos conseguindo manter, mas sem a verba a gente não consegue fazer muita coisa. Estamos vivendo na esperança de que um dia isso melhore. Está muito complicado, tivemos que mandar duas pessoas embora para aproveitar esse dinheiro nos projetos”, disse Carmen Gonçalves, conhecida como “Carminha”, representante da São Charbel. 

    Souvenir Barros Alves, gerente da Apae, disse que a instituição passa por um momento difícil. “Demitimos seis pessoas para evitar o nosso fechamento. Não vamos fechar as portas, mas precisamos de atenção. Estamos todos no mesmo barco. Se não fosse o apoio da prefeitura e da população petropolitana já teríamos fechado as portas”, revelou.

    A mobilização contra a extinção da SEASDH-RJ e também contra os atrasos no pagamento da FIA vai acontecer na próxima quarta-feira, 19, a partir das 16h, no calçadão do Colégio Estadual Dom Pedro II, o Cenip, no centro da cidade. 


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