Entidades divulgam carta aberta cobrando mobilidade e ordenamento urbano para Itaipava
Em carta aberta divulgada na sexta-feira (23), entidades cobram melhorias na acessibilidade e mobilidade urbana de Itaipava. Segundo a carta, a manifestação não repudia nenhum empreendimento econômico, mas cobra estrutura em mobilidade e ordenamento urbano, além, do cumprimento das leis vigentes de uso e ocupação do solo.
A carta foi assinada pelas seguintes entidades: Câmara de Dirigentes Lojistas de Petrópolis (CDL), Sindicato do Comércio Varejista de Petrópolis (Sicomércio), Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea-RJ), Petrópolis Convention & Visitors Bureau (PC&VB), NovAmosanta – Organização da sociedade civil de Itaipava, e Sindicato de Hospedagem e Alimentação de Petrópolis (SindPetrópolis).
O manifesto afirma que, diariamente, engarrafamentos são enfrentados em vários pontos do bairro, como na Estrada União e Indústria, principal via de ligação com os distritos, em especial, no Trevo de Bonsucesso, em frente ao Hortomercado Municipal, em frente ao Parque de Exposições, no ‘arranha-céu’ e na rotatória em frente ao terminal de ônibus.
As entidades dizem que a falta de cobranças ao poder público no passado atrapalhou o desenvolvimento correto do distrito, gerando problemas estruturais, como o “acesso ao Trevo de Bonsucesso via BR-040 com inúmeras ocupações ao longo da via, falta de rotatórias, ligações não existentes entre a União Indústria e a BR-040, essenciais para desafogar o trânsito e sinalização adequada entre outros pontos”. Também é ressaltado que, o distrito não conta com serviços públicos condizentes e, focando somente no trânsito, não há sequer um apoio de agentes de tráfego nem mesmo quando a localidade recebe grandes eventos ou quando é verificado um fluxo mais intenso de turistas.
As entidades também se posicionam a respeito do Espaço Itaipava Mix, que teve sua abertura permitida pela Justiça nesta semana e deve ser inaugurado no próximo mês. Confira o que é dito na carta:
“O licenciamento de um ponto comercial que pressupõe capacidade de atrair centenas de pessoas diariamente, seja ele um supermercado, um centro comercial ou um shopping precisa prever vagas de estacionamento em quantidade necessária de acordo com a expectativa de público, além da garantia de entrada e saída de veículos de forma adequada.
Para o referido empreendimento, que iniciou seu processo de licenciamento sendo apresentado como um galpão e que, posteriormente, foi alçado a um shopping com, além da atividades comerciais, fatores de adensamento como um espaço pet friendly e área para recreação infantil, há um claro desrespeito a vários pontos da legislação.
O shopping, chamado de ‘nova feirinha’, que terá 91 boxes de lojas e apenas 40 vagas de estacionamento e sem dimensão necessária de área para carga e descarga, por exemplo, não teria apresentado ainda licenciamento do Corpo de Bombeiros.
O trecho onde o empreendimento se localiza já é um dos graves gargalos no trânsito na localidade onde, justamente, a estrada se ‘afunila’ em apenas uma pista simples seja no acesso à Itaipava quanto no sentido Centro.
Um estudo de impacto viário, particular, apresentado pelo empreendimento e que dá o ‘sinal verde’ para a sua execução contrariando parecer do Grupo de Apoio Técnico Especializado (GATE) do Ministério Público do Estado do Rio, indica, entre outros itens, a possibilidade de implantar um bicicletário para receber público acessando o local de bicicleta como forma de mitigar os efeitos de aumento de fluxo, isso em uma via federal, da alçada do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e onde não há ciclofaixa.”
A carta é finalizada cobrando que a Prefeitura e os demais agentes públicos desenvolvam um plano de mobilidade, parâmetros e regras para licenciamentos de empreendimentos.
Posiconamento do empreendimento:
Citado, o Espaço Itaipava Mix se posicionou sobre a carta, através de seu representante, Cristiano Bayão: “Acho que querem me tornar um político. Ficam me dando munição para ir nas redes sociais e me defender, além de defender meu trabalho, os lojistas e, principalmente, os petropolitanos que, em sua maioria, são favoráveis ao nosso projeto. Todas as vezes que querem nos prejudicar e jogam na imprensa, as pessoas ficam ao nosso lado. Não consigo entender como ainda querem nos prejudicar. A Prefeitura, a juíza e o Tribunal de Justiça nos liberaram. Inacreditável eles ainda não estarem satisfeitos.”
Confira a carta na íntegra: