Entender como se aprende, para ensinar
O que é ser inteligente? Após refletir um pouco sobre essa pergunta você pode responder que ser inteligente é ter um QI elevado, não é mesmo? Afinal com o teste de QI seria possível avaliar a capacidade de se responder a algumas perguntas lógicas em um determinado espaço de tempo. Porém em 1980 uma pesquisa feita em Harvard constatou que não é bem assim que as coisas funcionam. Segundo pesquisadores não se pode afirmar que alguém seja inteligente ou não só porque consegue responder a algumas perguntas rapidamente. Conclui-se, portanto, que existe uma multiplicidade na inteligência.
As múltiplas inteligências são nada mais que a compreensão de que todos os seres possuem diferentes formas de utilizar suas capacidades intelectuais, e para nossa surpresa, nem sempre o ser que possui maior conhecimento é o mais inteligente aparentemente, afinal a inteligência está além do quanto se sabe, ela é como se utiliza o que se sabe. Afinal, com qual finalidade lemos o que lemos? Estudamos o que estudamos? Assistimos aos filmes que assistimos? Para qual finalidade aprendemos? Se o seu intuito ao aprender é repassar seu conhecimento, seja como pai, professor ou como um simples cidadão com uma enorme responsabilidade social, você certamente é alguém de valor para o mundo em que vivemos. Mas como podemos repassar tal conhecimento?
O título do nosso artigo de hoje vem falar sobre isso, sobre como podemos entender como se aprende para aprender como se ensina. Isso significa que devemos compreender as diversas formas de inteligência. Ouso dizer inclusive que o autismo, a dislexia ou outros laudos educacionais que vem surgindo graças ao avanço da neuropsciopedagogia[1], é uma ótima lição para sociedade de como nem sempre os padrões impostos são a verdade absoluta.
A cidade de Petrópolis tem avançado nessa percepção. Sendo o berço de muitos educadores, a cidade possui diversos eventos voltados para educação. Em 2019, por exemplo, em julho, houve a “Semana de Formação no Contexto Inclusivo”, realizada pelo Departamento de Educação Especial da Secretaria de Educação. Acompanhando o site da Prefeitura de Petrópolis você pode se manter informado sobre as diversas atividades que ocorrem durante o ano, sempre voltadas para a multiplicidade da aprendizagem.
Podemos afirmar, portanto que a primeira coisa que precisamos entender para ensinar alguém, é que somos seres independentes e com particularidades. Todos nós aprendemos o tempo todo, uns com os outros. O educador, o pai ou a mãe, não possui o vírus do conhecimento. Estamos todos em uma eterna construção de nós mesmos. Ao procurar compreender a forma de aprender do outro você torna a aprendizagem um caminho de harmonia, sem sofrimento e com uma troca única. Como diz Paulo Freire: “Quem ensina aprende ao ensinar, e quem aprende ensina ao aprender”.