• Energia pode ficar mais cara

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  • 18/08/2016 15:30

    A previsão de chuvas abaixo da média, a queda no nível dos reservatórios e provável aumento da geração térmica associados ao crescimento do consumo total até o final do ano levam a possibilidade de retomada do acionamento da bandeira tarifária amarela, o que traria impacto no custo de 15 R$/MWh. As informações constam do estudo inédito – o boletim de conjuntura do setor elétrico brasileiro – que será divulgado trimestralmente pela Firjan.

    O estudo, que avalia três indicadores essenciais à indústria – consumo, geração e custo -, mostra que o setor industrial sofreu o impacto mais significativo no consumo, com queda de 5,7% na comparação entre o primeiro semestre de 2016 e mesmo período do ano passado. A região Nordeste foi a mais atingida no primeiro semestre, com retração de 10,7% no consumo de energia pelo setor produtivo, seguida pelas regiões Sudeste (- 6,6%) e Sul (- 4,1%). Já as regiões Norte (+ 1%) e Centro-Oeste (+ 0,6%) apresentaram leve crescimento em 2016. Ainda assim, apesar da queda registrada no primeiro semestre, a tendência é de aumento do consumo total de 0,5% em todo o país este ano em relação a 2015.

    Em relação à geração, verificou-se que o nível médio dos reservatórios do Sistema Interligado Nacional (SIN) era de 49,1% no final de julho, um aumento de 6,9 pontos percentuais desde o início do ano. Conforme análise por subsistema, há previsão de queda em todas as regiões na comparação com o fechamento do mês de julho em função de o país atravessar o período seco. No primeiro semestre, a geração hidrelétrica representou 77% do total produzido no país, enquanto que a eólica foi de 4,4% e a térmica, 18%.

    A redução do patamar de geração termelétrica este ano trouxe menores reajustes das tarifas das distribuidoras no mercado cativo na comparação com o ano anterior. Além disso, permitiu o desligamento da bandeira tarifária vermelha, que impactava o custo em até 45 R$/MWH. Entre dezembro de 2015 e julho de 2016, houve queda 5% em termos reais no custo médio de energia para o setor produtivo. O impacto, porém, foi pouco significativo já que, no acumulado dos últimos três anos, o aumento foi de 57,7%, o que reforça a perda de competitividade enfrentada pela indústria nacional.

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