• Empresas pedem aumento da passagem de ônibus para R$ 4,45, mas CPTrans defende tarifa de R$ 4,20

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  • 10/05/2018 10:45

    A Companhia Petropolitana de Transportes e Trânsito (CPTrans) é contrária ao percentual de aumento de 14,10% apresentado pelo Sindicato das Empresas de Transportes Rodoviários de Petrópolis (Setranspetro), que eleva a passagem para R$ 4,45. A CPTrans defende um percentual de 7,7%, o que passaria a passagem dos atuais R$ 3,90 para R$ 4,20. Os dois valores serão analisados pelo Conselho Municipal de Trânsito e Transportes (Comutran), que deverá encaminhar uma proposta para análise do prefeito Bernardo Rossi. 

    O Comutran tomou conhecimento dos valores, na reunião que aconteceu no dia 8 de maio. Ainda não há previsão para que o novo valor seja aplicado. Desde janeiro de 2017, a CPTrans vem determinando melhorias no sistema como cumprimento de horários, novas linhas e ainda aumento no número de viagens. Houve a criação das linhas Diretas (linhas 780, 100 e 300) e mais de 12 mil viagens a mais do que praticado em 2016. A fiscalização é intensa no cumprimento de horários.

    O Setranspetro informou que apresentou o cálculo, no valor de R$ 4,45, como o preço da tarifa técnica necessária para garantir o equilíbrio econômico e financeiro do sistema, cobrir todos os custos, possibilitar a continuidade dos serviços e os investimentos em tecnologias e equipamentos. Atualmente, o sistema tem um custo superior a 15 milhões mensais. O preço da tarifa técnica sempre leva em conta todos os custos do sistema divididos pelo número de passageiros pagantes. 

    Em 2017, logo após o último reajuste da tarifa, houve aumento de 7% dos salários dos rodoviários, que impactou em quase R$ 500 mil reais de déficit mensal para o sistema. Já o óleo diesel, segundo a Agência Nacional de Petróleo, entre julho de 2017 e janeiro deste ano, sofreu reajuste médio de 12,44% e vem sofrendo aumentos consecutivos, só nesta semana já existem notas fiscais com preço por litro 6% mais caro. Ainda para impactar neste cálculo da tarifa, foi concretizado no dia 4 de maio a negociação do acordo coletivo dos rodoviários de 2018, que estabeleceu 2,5% de reajuste nos salários e 10% no benefício da cesta básica. Outros itens da estrutura de custos também tiveram aumento ao longo do último ano.

    O Setranspetro registrou ainda queda de 3,5% no número de passageiros pagantes no ano de 2017, o que faz com que o custo total seja dividido por menos pessoas. Destaca também que existem várias políticas públicas que podem ser adotadas para trazer equilíbrio econômico e financeiro para o sistema de transporte e que envolvem discussões sobre mobilidade urbana, racionalização de operação, fontes de custeio e isenções tributárias.

    Vereadores se posicionam contra reajuste da tarifa

    Os vereadores que usaram a tribuna, na tarde ontem, na Câmara Municipal criticaram o aumento da tarifa de ônibus, com o vereador Marcio Arruda (PR) sugerindo ao prefeito Bernardo Rossi que reveja o sistema de transporte público na cidade. Para ele, não é possível que o mesmo valor (R$ 3,90) seja cobrado para um percurso de 45 quilômetros e para quatro quilômetros, referindo-se a linha da Posse e do Alto da Serra. 

    Para ele, há muitos anos que em Petrópolis a Prefeitura não tem nenhuma gerência sobre o sistema, “pois quem manda são as empresas de ônibus, que fazem o que querem e quem sai prejudicado é a população”. Para o vereador Arruda o prefeito precisa tomar medidas sérias para mudar o sistema “ou caso contrário a população ficará contra ele”. 

    Para o vereador Reinaldo Meirelles (PP) os empresários de ônibus da cidade “estão ainda vivendo na era da pedra, pois eles não têm visão do momento que estamos vivendo”. O vereador ressaltou a perda anual de passageiros no transporte público, que na sua avaliação tem como causa a péssima qualidade do transporte e o valor alto da tarifa. “Os empresários precisam entender que o usuário é seu cliente e precisa oferecer um serviço melhor e ir atrás dos seus clientes. Eles ainda não se deram conta disto”, comentou Meirelles. 

    Na opinião dele, as pessoas estão utilizando a Uber, dividindo com outras pessoas, utilizam motocicleta e automóvel. Meirelles comentou ainda que a população sofre com a supressão de linhas e horários e por isso, afirma que “os empresários de ônibus estão cada vez mais distantes da população. O vereador Marcelo da Silveira (PSB) considera o aumento de passagem um absurdo, afirmando que o transporte deixa muito a desejar, principalmente no que diz respeito a acessibilidade para deficientes. 

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