Empresas de ônibus vão intensificar vigilância para identificar vândalos
A depredação das partes internas dos ônibus e as pichações dos bancos são os problemas mais comuns enfrentados pelas empresas de coletivos que atuam em Petrópolis. O vandalismo é uma ação rotineira, que traz prejuízos para os próprios usuários, uma vez que os coletivos chegam a ficar até três dias parados para passar por manutenção e limpeza. Um processo que poderia durar apenas algumas horas, mas que é prejudicado pela ação de alguns passageiros. O vandalismo traz ainda custos adicionais para as empresas, que precisam trocar bancos, pintar e investir em produtos específicos para limpeza.
No município, todas as empresas registram, semanalmente, ações de vandalismo e ressaltam que jogar lixo dentro dos coletivos é um comportamento habitual por parte de alguns passageiros. É comum a equipe de limpeza encontrar fraldas descartáveis, papéis de biscoito, de bala e uma quantidade excessiva de chiclete, que são colados nos assoalhos e assentos, prejudicando outros clientes.
Dados das empresas mostram ainda que o custo para reparo de encosto por banco, por exemplo, pode chegar a R$ 135,00. Com relação ao assento, esse valor é estimado em até R$ 92,00. Já sobre as pichações, o custo é de R$ 4,40 por banco para que a limpeza seja realizada e chega a R$ 15,00 para a pintura da capa. Se cada carro tiver todos os problemas citados em, pelo menos, 4 bancos (o que é natural), o custo pode chegar a, aproximadamente, R$ 1.000,00 por ônibus.
O diretor da empresa Turb Petrópolis, Jean Moraes, contou que esse é um problema que afeta gravemente o planejamento de manutenção, uma vez que são registrados casos bem críticos, que deixam os ônibus muito tempo parados. Ele contou ainda um episódio que aconteceu recentemente, quando jovens que estavam dentro de um coletivo arrancaram os assentos dos bancos e começaram a jogar pelas janelas. O motorista precisou parar o ônibus. Esse tipo de vandalismo pode fazer com que o carro fique parado até três dias para que os reparos sejam realizados. A situação também é observada pelo diretor da Cidade das Hortênsias, Geancarlo Salvini. Segundo ele, pelo menos, dois carros por semana aparecem pichados. Em alguns casos é possível retirar a pichação durante a limpeza, mas, muitas vezes, pintar novamente a capa, que é removível, acaba sendo mais prático por uma questão de economia de tempo.
Coordenador de manutenção da Cidade Real, Alberto Lourenço acrescentou que na última semana verificou um carro da linha Dias de Oliveira com 7 bancos rasgados. Para que a manutenção fosse realizada, o coletivo precisou ficar dois dias parados sem atender à população.
Só esse reparo custou à empresa R$ 420,00. Alberto comentou ainda que, quando os vândalos rasgam a capa e a espuma dos assentos, o problema é maior, porque faz com que seja necessária a recolocação de um novo encosto. Além disso, ele destaca que a empresa recolhe por dia, dentro dos ônibus, pelo menos um saco grande de lixo, que equivale a 100 litros. O acúmulo de detritos na porta de desembarque também prejudica ou até impede o funcionamento dos elevadores para cadeirantes, travando o equipamento. Outro agravante são os chicletes espalhados pelos coletivos. “Temos que usar um produto químico específico para retirá-los que custa R$ 358,00 e dura em média, duas semanas”, comentou.
Na Petro Ita, até os ônibus novos, que acabaram de entrar em circulação, já estão sofrendo depredações. Ricardo Cardoso de Mendonça, um dos responsáveis pela oficina da empresa, explicou também que observa a frequência dos braços de apoio dos assentos danificados. Segundo ele, os passageiros chegam a utilizar as unhas para rasgá-los.
Diante desse quadro, o Sindicato das Empresas de Transporte Rodoviários de Petrópolis (Setranspetro) esclarece que a conscientização dos passageiros é fundamental. Segundo a gerente Carla Rivetti, além do prejuízo financeiro, que é absorvido pelas empresas, os mais prejudicados são os clientes, que precisam ficar mais tempo aguardando o ônibus passar por reparos. O Setranspetro destaca ainda que as empresas vão ampliar a observação das câmeras de circuito interno para tentar identificar possíveis pessoas que estão praticando esse tipo de ação. Os passageiros também podem contribuir, informado ao Disque Denúncia da Polícia Militar pelos números 2242-8005, 2291-5071 ou pelo Whatsapp 98853-8202, já que esses atos são considerados crimes pelo Artigo 163 do Código Penal e tem previsão de multa e detenção de seis meses a três anos. Além disso, a pessoa flagrada precisará arcar com os custos de reparo e manutenção. Caso o infrator seja menor, os pais devem assumir a responsabilidade.