• Empresas de ônibus propõem mudanças no trânsito de várias regiões e faixas exclusivas

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  • 20/05/2021 20:20
    Por Luana Motta

    Há dez dias, o prefeito interino Hingo Hammes anunciou a possibilidade de subsídio da Prefeitura, com a proposta de redução de R$ 0,20 no preço da passagem de ônibus. A ideia é que o governo municipal viabilize o custeio das gratuidades, o que poderia ajudar as empresas a sair do desequilíbrio financeiro que alegam ter sido agravado no ano passado, com a pandemia. Mas os problemas no transporte público no município vão além do preço da passagem.

    O problema crônico na mobilidade urbana, que leva os usuários a perderem muito tempo no deslocamento em curtos trajetos; os problemas com desrespeito às normas de trânsito, como o estacionamento irregular; e a concorrência entre carros de passeio e coletivos nas vias estreitas no Centro e principalmente em bairros, são fortes agravantes na qualidade do sistema.

    O Sindicato das Empresas de Transporte Rodoviários de Petrópolis (Setranspetro), que representa as empresas de ônibus, acredita que projetos de melhoria na mobilidade urbana poderiam contribuir na redução de despesas com os veículos, o que poderia também ajudar a reduzir o preço da passagem.

    Projetos que alteram a estrutura viária

    Os projetos de mudança viária vão passando de governo em governo, sem mudanças significativas. Segundo o Setranspetro, as discussões com os governos vem desde 2016, antes mesmo da conclusão do Plano de Mobilidade Urbana (PlanMob), em 2019.

    • Ruas Rocha Cardoso (onde está a UPA Centro) e Washington Luiz

    Já no Centro, os principais gargalos são na interseção da Rua Rocha Cardoso com a Rua Washington Luiz, em frente à UPA Centro. Neste, o Setranspetro propõe a retirada do estacionamento do lado direito da via, o que poderia garantir uma faixa exclusiva para o transporte. Não apenas para os ônibus, mas para táxis e transporte escolar.

    • Rua Dr. Nelson de Sá Earp e Praça da Liberdade

    O segundo ponto crítico é na interseção da Praça da Liberdade e Rua Dr. Nelson de Sá Earp. Neste, o projeto propõe a adoção de medidas de ordenação e moderação do tráfego, com melhoramento do espaço viário e nova sinalização de trânsito.

    • Rua Paulino Afonso

    Um dos estudos técnicos elaborados pelo Sindicato das empresas e apresentado à Companhia Petropolitana de Trânsito e Transportes (CPTrans) é a criação de uma faixa exclusiva para o transporte na Rua Paulino Afonso.

    • Itaipava

    Outra seria na Estrada União e Indústria, na reta de Itaipava entre o Terminal rodoviário e o Shopping Estação.

    “Esses só precisaríamos de sinalização e retirada do estacionamento. No projeto conseguimos demonstrar que teríamos um ganho para o usuário do sistema que ganharia mais tempo e as linhas conseguiriam cumprir as viagens”, explica Carla Rivetti, gerente do Setranspetro.

    Hoje, com o modelo de sinalização que há no trecho de Itaipava, principalmente durante as obras de manutenção viária que vem sendo realizadas pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), os usuários levam o dobro de tempo para percorrer o mesmo trajeto.

    Na semana passada, o Setranspetro divulgou um levantamento que aponta que nas duas semanas anteriores as linhas da empresa Turb que atendem aquela localidade perderam 167 viagens por causa do manejo do trânsito no trecho que obras.

    “Investimento maciço para gerar fluidez é premissa para resgate do transporte”

    “O Setranspetro defende duas premissas importantes para o resgate e salvação do sistema de transporte. O primeiro é buscar outras fontes de receita que não sejam impactadas apenas para quem paga a passagem. E a outra é um investimento maciço em mobilidade urbana, para gerar fluidez no trânsito e priorização do transporte coletivo. Por isso defendemos a ideia dos corredores e faixas exclusivas”, disse a gerente do Setranspetro.

    Carla defende que independente da operadora de transporte esse custo vai sempre existir. “Não é possível abrir mão da folha de pagamento, óleo diesel e equipamentos. A conta fica muito cara para quem paga [os passageiros]. E temos cada vez menos pessoas pagantes. Quem vai arcar com isso?”, disse.

    A Prefeitura propôs a concessão de subsídios para o pagamento das gratuidades concedidas no município. Segundo o governo interino, o valor que sairia dos cofres públicos seriam suficientes para que a passagem de ônibus reduza de R$ 4,40 para R$ 4,20. O último reajuste da passagem em Petrópolis foi em 2019. A proposta foi anexada na ação civil pública movida pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) durante a pandemia, que pede o retorno de 100% da frota de ônibus.

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