Empresários e guias cobram planejamento para a reabertura dos pontos turísticos
Empresários do setor e guias de turismo cobram da prefeitura um planejamento para a reabertura dos pontos turísticos. Com a flexibilização de hotéis e restaurantes e a circulação do transporte intermunicipal, o setor diz que não vê motivo para que não haja planos de retomada das demais atividades ligadas ao turismo. Há duas semanas, o governo do estado autorizou, em decreto publicado no dia 12 de agosto, a reabertura dos pontos turísticos, mas em Petrópolis a prefeitura manteve a proibição de funcionamento.
Desde abril, a Associação de Guias de Turismo de Petrópolis (AGP) vem tentando com a Prefeitura algum tipo de auxílio para a classe, que está sem trabalhar desde março. Segundo a presidente da associação, Ana Beatriz de Oliveira, os guias já montaram um protocolo de segurança para a retomada das atividades e aguardam um posicionamento da Prefeitura.
“Com os hotéis em funcionamento, temos tentado fechar parcerias para que a estadia do turista no hotel agregue ao trabalho do guia. Para levar os turistas em locais que estão funcionando, e até em tours a pé pelo Centro Histórico, estamos tentando alternativas para que os guias possam voltar a trabalhar”, disse.
Com os pontos turísticos fechados, quem trabalhada indiretamente com o setor, e foi afetado com o fechamento nos últimos meses, concorda com que deve ser aberto um diálogo com a Prefeitura para a retomada. “O que nós pedimos é que tenha pelo menos uma previsão de quando os pontos serão reabertos. Para que o empresário possa se planejar. Há uma incoerência de valores, se entra ônibus na Rua Teresa, porque não pode circular no Centro da cidade e visitar os pontos turísticos?”, disse o empresário João Carlos Seghatti.
João é proprietário do restaurante Paladar, que fica entre os principais pontos turísticos do Centro Histórico. A clientela, principalmente turistas, desapareceu. Segundo o empresário, o restaurante tem recebido apenas 20% dos clientes, comparado ao período anterior às restrições.
O empresário Gabriel Pinheiro, do Museu de Cera, disse que vê o setor sendo ignorado pela Prefeitura. “Não temos nenhuma perspectiva, nenhum calendário. Não temos diálogo nenhum. Vemos lojas e restaurantes abertos, pessoas na rua, e até em lugares em que o risco da contaminação é muito maior. Nos museus os protocolos são mais fáceis de serem cumpridos, pelo distanciamento, e as pessoas nem podem tocar em nada”, disse.
A preocupação do setor é que, sem planejamento, não há como saber se os estabelecimentos vão conseguir se manter até que seja autorizada a reabertura. “Se definem que vamos poder reabrir daqui a um mês, ou daqui a seis meses, fica mais fácil para o empresário saber se vai conseguir segurar até a reabertura ou não”, disse Gabriel.
O Museu Imperial também montou um protocolo para retomada das atividades. Mas a adoção de cada fase depende também da aprovação do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram). Isabela Verleum, do Museu Imperial, disse que, por enquanto, com a situação da pandemia no estado do Rio, não vê possibilidade de reabertura total do Museu Imperial. Mas se no município for autorizada a flexibilização de parques e áreas abertas, como foi autorizado para o Parque Municipal, em Itaipava, há a possibilidade de o museu reabrir os Jardins, o que já beneficiaria o turismo.
O plano de reabertura do Museu Imperial prevê, numa primeira fase, o retorno dos servidores técnicos. Atualmente, só estão trabalhando presencialmente os servidores essenciais, que atuam na manutenção e segurança do espaço. No entanto, o Ibram prorrogou por mais 45 dias o retorno dos servidores que estão trabalhando remotamente. Na segunda fase, seria a reabertura dos jardim da parte baixa, a cafeteria, a loja do museu e pavilhão das viaturas. Segundo Isabela, o Museu já está se preparando e adquirindo todos os equipamentos para atender os protocolos sanitários. Por fim, o plano prevê a terceira e quarta fases, que se são a abertura para visitação do Palácio e a Casa Cláudio de Souza e as atividades externas, como o espetáculo Som e Luz. As atividades de público internas não têm previsão para serem retomadas.
A presidente da AGP, Ana Beatriz, disse que, sem a retomada das atividades, as campanhas para auxiliar os guias continuam. As doações são encaminhadas para o 28 associados da associação. Quem quiser fazer doações em dinheiro através so site da AGP. Também é possível doar cestas báscias e objetos para ser rifados. Nesses casos, os contatos podem ser feitos pelo WhatsApp (24) 9 8842-3235.
Turismo adiado para o pós-pandemia
Questionada pela reportagem, a prefeitura informou que, com base nas notas técnicas da secretaria de Saúde, iniciou o plano de flexibilização da economia com a liberação do funcionamento de alguns setores. Porém, “não há previsão para a retomada de eventos, museus, teatros e outros equipamentos turísticos”. A prefeitura disse também que “avalia e planeja o setor para o pós-pandemia”.
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