Empregados da Eletronculear apelam a Lula contra medidas de austeridade
Após os anúncios de cortes de gastos feito pelo presidente da Eletronuclear, Raul Lycurgo, os empregados da empresa enviaram carta ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, acusando Lycurgo de “práticas de governança antidemocráticas e ilegais”, por retirar direitos adquiridos sem qualquer negociação com os sindicatos.
“Jamais passou na cabeça de quaisquer trabalhadores, que justamente, num governo do Partidos dos Trabalhadores – PT, mais ainda, num governo sobre a presidência de Vossa Excelência, o Sr. Luiz Inácio Lula da Silva, por todo seu rico passado de lutas e resistência, estamos sendo atacados em nossos direitos, em nossa dignidade”, diz a carta assinada por vários sindicatos.
Em entrevista ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), Lycurgo informou que a situação financeira da Eletronuclear requer medidas de austeridade, com corte de empregados e de benefícios que existem na empresa, como moradias sem custo para 1.200 funcionários, que passarão a ser cobradas, entre outras ações. O objetivo é enxugar a companhia e atrair investidores para a construção da usina nuclear de Angra 3, projeto de R$ 23 bilhões.
O conflito interno acontece em paralelo às discussões sobre a viabilidade da construção de Angra 3. Na terça, 17, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) adiou essa decisão, deixando o ambiente da empresa ainda mais instável.
Procurada, a Eletronuclear informou que “a empresa está passando por um processo de reequilíbrio financeiro, em cumprimento às determinações dos órgãos superiores de controle e conforme orientações dos acionistas, em aderência ao Plano de Ação de Medidas de Gestão Empresarial”.