Emoções e emoções
Nem todas as pessoas são movidas pela emoção; a maioria, principalmente, em decorrência do mundo materialista em que vivemos, a prevalecer a razão e somente a razão.
O material sempre na condição de carro chefe, ao contrário do espiritual, não palpável, por isso mesmo sempre postergado para o momento em que tivermos que demonstrar a derradeira “prestação de contas”, em face de nossos gestos e atitudes.
Assim é que, não é muito comum nos depararmos com pessoas que se encantam com aspectos relacionados com a face espiritual e romântica.
Daí que, não se preocupam em recordar fotos antigas, com a finalidade de relembrar os antepassados ou, quiçá, voltarem ao passado com objetivo de visitar a casa onde nasceram, foram criados e dela, muita das vezes, só a deixaram para o casamento.
Percebo, outrossim, em grande número, pessoas totalmente distantes a propósito da leitura de livros que descrevem a respeito da história, seja de nossa pátria ou, mesmo, de nossa terra, esta Cidade Imperial.
Na maioria das situações, os livros são úteis, apenas, para preencher lacunas de estantes e, vez por outra, quando descartados, certamente, tais iniciativas contribuem para que sejam perdidos preciosos tesouros que outros fizeram acumular.
E, justamente, por força dessas situações que denotam desprezo com aquilo que mereceria ênfase, é que parte da “moçada” da atualidade não mais se dedica à leitura, distanciando-se, cada vez mais, do que lhes foi legado por seus ancestrais e, em contra-prestação, só a se preocupar com o computador e “adjacências”.
E confesso, em razão do que tenho ouvido, e mesmo vivenciado, que não é fácil convencê-los que havemos de preservar o passado, na verdade, ainda que agradável para uns e de má lembrança para outros.
Todos, entretanto, temos uma trajetória que há de ser reconhecida e rememorada; dela não escapamos.
Permito-me, assim, dentro dos conceitos que procurei defender, transcrever a paródia de lavra do poeta, sob o título “Visita à casa paterna”, quando o mesmo, num momento de plena emoção fez publicar:
“Visita à Casa Paterna
Como um luso que volta à pátria amada, / Depois de longa temporada ausente, / Eu quis rever, também, minha morada, / Primeira habitação da minha gente.
Entrei… Um vulto carinhoso e estranho,/ O espírito talvez de algum parente, / Fez um sorriso, assim, deste tamanho, / E caminhou comigo lentamente.
Era esta mesma sala… – Oh! se me lembro! / Em que, do início do ano até dezembro,
Minhas irmãs… jorrou-me livre o pranto… / Resisti-lo quem há-de em tal ensejo: / Uma pulga saltava em cada canto, / Andava em cada canto um percevejo”.