• Em um momento difícil, a esperança está na empatia

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  • 09/06/2020 12:00

    Esta semana, uma matéria publicada por uma revista de grande circulação mostrava um exercício de empatia sendo feito em meio ao atual cenário de isolamento social: crianças estão enviando cartas a idosos que vivem em asilos. O objetivo é trazer o conforto emocional durante a pandemia. Esta ação, por mais que parece algo simples, torna-se algo simbólico. É algo que representa a vontade de auxiliar e estar próximo daqueles que mais precisam neste momento.

    A empatia, de forma simples, pode ser definida como se colocar na posição do próximo, entendendo os seus sentimentos e dores, as dificuldades e os desafios do próximo. Por mais que este período possa parecer sombrio, complexo e recheado de variáveis e incógnitas, algo que é uma certeza é o despertar da ação empática por todo o mundo. A solidariedade com a vida é, na minha percepção, algo que pode mudar o mundo.

    Exemplos, como é o caso dos meninos e meninas que tentam trazer conforto aos idosos, estão se espalhando em todo o lugar. Até mesmo na luta contra o racismo, algo que está cativando todas as pessoas. Precisamos nos unir contra as injustiças e trazer o conforto para aqueles que estão ao nosso lado. Não podemos esquecer de nenhuma pessoa.

    Neste momento, há muita cobrança e muito trabalho sendo feito no legislativo. E, mesmo nas dificuldades que encontramos, precisamos estar atento às pessoas. Como representantes da população a empatia, para os parlamentares, deve ser um dever. Algo que devemos carregar em cada ação.

    Algo que é interessante ser citado é como a empatia pode ser amplamente desenvolvida nos estados de crescimento das crianças. Neste caso, o exemplo e empatia dos pais com seus filhos, fazem os pequenos desenvolverem as estruturas neurológicas necessárias para viver uma vida mais empática. Deste modo, a empatia é compartilhável e funciona em efeito dominó. Uma ação empática gera outras, algo que pode ser amplificado, a cada dia, entre nós.

    Enfim, ao observar todo esse quadro, vejo a possibilidade de um avanço no futuro. Se continuarmos, todos os dias, exercitando esse sentimento, esse acolher e esta solidariedade, poderemos, sim, ter um mundo melhor na amanhã. Por mais que nos encontremos em um cenário de crise, podemos hoje construir os laços para o futuro, que visa a inclusão.

    A inclusão é outro ponto pelo qual perpassa o conceito da empatia. Esta questão deve ser pensada por todas as pessoas, nas mais variadas situações. Um exemplo disto é pensar, neste momento, qual o impacto do atual cenário para as pessoas com deficiência: você já parou para pensar nisso?

    O isolamento, em uma sociedade que não prega a inclusão, torna-se algo do cotidiano para as pessoas com deficiência. Algo que podemos ver na comunidade surda e dos cegos, onde a falta de adaptação dos locais podem criar este sentimento de não pertencimento. Porém, a quarentena amplifica, ainda mais, estas lacunas. Em muitos casos, as pessoas com deficiência podem estar sujeitas a mais riscos, sobretudo pelas condições físicas, como é o caso daqueles com dificuldades respiratórias, e pelas condições psicológicas. Além disso, a sobrecarga da família ainda é maior, e é necessário a atenção redobrada. Mesmo com as pessoas com deficiência em quarentena, muitos familiares precisam manter as suas atividades e, em muitos casos, eles não podem interromper a saída para o trabalho. Para evitar o contágio pela doença, é essencial que todos os cuidados sejam tomados.

    Enfim, em meio às sombras da incerteza, vemos uma luz de esperança surgir pelo sentimento empático que é compartilhado. Espero, de forma sincera, que esta percepção continue. Que possamos, de fato, entregamo-nos aos outros. Nos colocar em seus lugares e que, deste modo, possamos caminhar em direção a uma sociedade que busca auxiliar aqueles que mais precisam.

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