Em um dia, 428 atendimentos por conjuntivite
Dados da Secretaria Municipal de Saúde mostram que o surto de conjuntivite já atingiu 2.174 pessoas neste ano. Apenas na última segunda-feira 428 pacientes com a inflamação foram atendidos nas duas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da cidade – 232 em Cascatinha e 196 no Centro. O número representa 40% de todo o atendimento de cada unidade, atingindo recorde para o período. A fim de desafogar as unidades de urgência, a Secretaria de Saúde está direcionando os atendimentos dos casos para as unidades e postos de saúde do município.
O novo fluxo começará a ser aplicado já nesta quarta-feira (07.03) nas Unidades Básicas de Saúde e postos com Estratégia de Saúde da Família. Por ser de fácil transmissão, a Prefeitura faz um alerta para que, já nos sintomas iniciais – coceira e ardência nos olhos, a pessoa busque imediatamente uma das unidades de saúde.
O secretário de Saúde, Silmar Fortes reforça que, uma vez diagnosticado com a doença, o paciente precisa manter os itens pessoais e de higiene separado dos demais entes familiares. “É muito comum ter a contaminação de famílias inteiras com conjuntivite, pois é uma doença transmitida pelo contato. Então é importante que as pessoas não compartilhem toalhas, fronhas e objetos de uso pessoal e busquem atendimento médico logo no início dos sintomas. Quanto mais rápido for iniciado o tratamento, mais cedo a pessoa estará curada”, afirma Silmar Fortes.
O superintendente Hospitalar de Urgência e Emergência, Claudio Morgado, explica que as Unidades de Pronto Atendimento (UPAS) estabeleceram atendimento prioritário a pacientes com conjuntivite no dia 27 de fevereiro. Porém, a busca pelas unidades de urgência ultrapassou todos os números médios de atendimento. Na UPA Centro foram atendidas 629 pessoas apenas nesta segunda-feira (05.03) e na unidade de Cascatinha 460 – 40% destes atendimentos eram de conjuntivite.
“Adotamos um protocolo especial em que, ao chegar às unidades, o paciente passa pela triagem e é encaminhado para uma ala prioritária com consultório destinado a receber pacientes com a inflamação. Porém o número de pessoas com conjuntivite está grande, o que está gerando reclamações dos outros pacientes e atraso nos outros atendimentos. Então buscamos apoio junto à atenção básica, já que a doença é de fácil diagnóstico”, afirma Cláudio Morgado.
A inflamação atinge a membrana que recobre os olhos (conjuntiva) e causa um quadro de grande incômodo para os pacientes, exigindo tratamento imediato. Nos quadros leves, é utilizado apenas um colírio com tratamento de até três dias. Em casos mais graves podem ser necessários o uso de anti-inflamatório, colírio e maior tempo de tratamento.
A médica da UPA Cascatinha, Néli Barbosa Martins, reforça que é importante as pessoas estarem sempre atentas aos sintomas iniciais, que são os olhos vermelhos, secreção, lacrimejamento, pálpebras inchadas e sensação de areia nos olhos. Geralmente, a conjuntivite acomete ambos os olhos e os sintomas podem perdurar por até duas semanas.
“Quando as pessoas chegam aqui como popularmente se fala, com os olhos grudado a infecção já se agravou. Então utilizamos medicamento intravenoso para que a pessoa possa abrir os olhos e aí sim poder fazer o uso dos colírios. É uma doença de rápido contágio então sempre alertamos a buscar atendimento quando os sintomas ainda são iniciais”, reforça.
É difícil prevenir as conjuntivites, mas há medidas que podem reduzir os riscos de infecção:
Não use maquiagem de outras pessoas (e nem empreste as suas). Evite compartilhar toalhas de rosto. Lave as mãos com freqüência e não as coloque nos olhos sem higienização. Use óculos de mergulho para nadar, ou óculos de proteção se você trabalha com produtos químicos. Não use medicamentos (pomadas, colírios) sem prescrição (ou que foram indicados para outra pessoa). Evite nadar em piscinas sem cloro ou em lagos.