• Em Portugal, extrema direita confirma projeções e vira 3ª força no Parlamento

  • Continua após o anúncio
  • Continua após o anúncio
  • 30/01/2022 21:29
    Por AP, com Thais Ferraz / Estadão

    A legenda de extrema direita Chega, liderada pelo jurista e ex-comentarista esportivo André Ventura, confirmou as projeções e se tornou neste domingo o terceiro maior partido no Parlamento português. Com 60% das urnas apuradas, o partido somava mais de 7% dos votos, à frente do tradicional Bloco de Esquerda e da coalizão de comunistas e verdes. O resultado pode levar de apenas um deputado para dez a bancada da legenda. No ano passado, o partido disputou as eleições presidenciais, que têm em Portugal um papel apenas cerimonial. Ventura obteve 11,9% dos votos.

    Para o pesquisador Riccardo Marchi, do Centro de Estudos Internacionais da Universidade de Lisboa, o resultado é importante por dois motivos. “Como o sistema eleitoral português é proporcional, mesmo com poucos votos, uma legenda consegue colocar um grupo importante dentro do Parlamento português. Cinco ou seis por cento já são suficientes para que este grupo seja importante para formar um governo, por exemplo”, afirma. “Além disso, o Chega se torna, assim, o partido mais importante da direita portuguesa, já que o PSD se define como centrista e o CDS ficou para trás.”

    O segundo representante da extrema direita portuguesa, Ergue-te! (antigo Partido Nacional Renovador), não tem expressividade em número de votos. Nessas eleições, não chegou a 1%.

    Polêmicas

    O Chega se define como um partido conservador, liberal e nacionalista. Embora Ventura tenha inicialmente tentado se desvencilhar da extrema direita europeia e ainda hoje não goste de ser associado a figuras populistas de direita como Jair Bolsonaro e Donald Trump, é inegável que o partido segue uma cartilha.

    Entre as principais pautas do partido, estão propostas polêmicas como a volta da prisão perpétua e a castração química de pedófilos.

    Ventura também é conhecido por suas críticas à comunidade cigana, que chegaram a lhe render multas em diferentes momentos.

    Desde 2020, o partido faz parte do grupo Identidade e Democracia, que une três partidos de extrema direita na Europa: o Reagrupamento Nacional, de Marine Le Pen, na França, a Liga, de Matteo Salvini, na Itália, e a Alternativa para a Alemanha (AfD), de Tino Chrupalla.

    Últimas