Em meio à pandemia do novo coronavírus, o endividamento das famílias brasileiras bateu recorde em outubro do ano passado. Dados divulgados nesta quinta-feira, 28, pelo Banco Central mostram que, naquele mês, o endividamento chegou a 50,3%. Este é o maior porcentual da série histórica, iniciada em 2005.
O porcentual reflete o saldo das dívidas bancárias das famílias em relação à renda acumulada em 12 meses. Entram na conta todas as dívidas com bancos, incluindo as de financiamento imobiliário.
Ao avaliar o endividamento recorde, o chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, afirmou que os 50,3% não são “um indicativo de que agora teremos problemas”. “Mas (o dado) tem que ser olhado por bancos e famílias”, ponderou. Conforme o BC, o endividamento das famílias sem considerar financiamentos imobiliários atingiu 29,3% em outubro.
Os números do BC mostram ainda que o comprometimento da renda das famílias com as dívidas bancárias chegou a 21,7% em outubro.
Neste caso, o número reflete o quanto da renda é destinado ao pagamento do serviço da dívida todos os meses.
O valor de 21,7% também é o maior da série histórica, mas já havia sido verificado também em setembro de 2015. Sem o financiamento imobiliário, o comprometimento da renda das famílias atingiu 18,9% em outubro do ano passado.