• Em documento, ONGs e universidades pedem que EUA se afastem do Brasil

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  • 04/02/2021 07:48
    Por Beatriz Bulla, correspondente / Estadão

    O governo Biden recebeu nesta semana um documento de 31 páginas assinado por ONGs internacionais e professores de universidades americanas que pedem a suspensão de acordos com o Brasil durante a presidência de Jair Bolsonaro. No texto, ativistas pedem, entre outras medidas, o congelamento de negociações de comércio bilateral com o Brasil e retirada do apoio americano à adesão do Brasil como membro da OCDE – concedido no governo Trump.

    No documento, ao qual o Estadão teve acesso, ativistas afirmam que o relacionamento “especialmente próximo” entre Trump e Bolsonaro tem sido “um fator de legitimação” do presidente brasileiro e de “suas tendências autoritárias”. “A aliança Trump-Bolsonaro tem levado muitos brasileiros que apoiam valores democráticos e o Estado de direito a questionar se Washington é, de fato, um parceiro confiável na luta pela proteção e expansão da democracia”, dizem os autores do documento.

    Diante da preocupação manifestada por Biden durante a campanha com a preservação da Amazônia, a carta das ONGs sugere que a política externa americana considere a proteção também de outros ecossistemas, como cerrado, Pantanal e Mata Atlântica.

    Durante a campanha eleitoral, Biden chegou a afirmar que “reuniria o mundo” para garantir um plano de preservação da Amazônia. A floresta foi mencionada no plano climático divulgado pelo americano na semana passada.

    Durante o governo Trump, Bolsonaro contou com um aliado na Casa Branca e declarou apoio à reeleição do republicano. O presidente do Brasil foi o último dos países do G-20 a reconhecer a vitória de Biden e não telefonou para parabenizá-lo pela posse presidencial, em janeiro. Ativistas apostam que a nova Casa Branca pressionará o governo Bolsonaro a assumir compromissos de preservação ambiental.

    O documento aborda questões sobre proteção da democracia, direitos indígenas, preservação ambiental, economia, apoio militar e acordo sobre a base de Alcântara, direitos humanos, violência policial, liberdade religiosa, trabalho, saúde pública e pandemia.

    As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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