Em cinco anos, dobrou o número de ocorrências de fogo em vegetação em Petrópolis
O número de registros de fogo em vegetação aumentou nos últimos cinco anos em Petrópolis. Segundo dados do 15º Grupamento de Bombeiro Militar (GBM), entre os meses de junho e julho, o crescimento foi de 97,56%, ou seja, dobrou. O registro de 2016 é ainda mais alarmante, se considerarmos que só no mês de abril, foram 44 chamados. O número é superior ao registrado nos primeiros 6 meses de 2015 – 42. De janeiro a junho desse ano, foram 81 registros. Para o comandante do Corpo de Bombeiros, Agostinho Cerqueira, a antecipação do período de estiagem, foi um dos fatores que motivou o aumento de ocorrências. Além disso, entre os meses de junho e julho, o problema é agravado pela presença de balões, devido as festas juninas e julinas.
O comandante citou que o incêndio causado no Morin, por exemplo, foi causado por fogos de artifício de um balão. Os prejuízos causados por esse tipo de ação são muitos: perda da fauna e flora, risco de atingir as residências em volta, além dos prejuízos econômicos, uma vez que, existem torres de transmissão de sinal no local. “As queimadas afetam toda a biodiversidade, colocam em risco várias espécies animais e afeta a camada de ozônio. Sem contar que a cobertura vegetal fica menor, o que intensifica o calor a longo prazo e a falta de captação de água”, contou. Em Petrópolis, há um risco ainda maior de deslizamentos no período das chuvas intensas.
Além dos balões, a questão da estiagem também contribui significativamente para o aumento de ocorrências de fogo em vegetação. Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o último registro de chuva significativa na cidade aconteceu no dia 24 de junho, quando o acumulado foi de 11 mm. Já nos dias 28 e 30, foram observados apenas chuviscos. “No ano passado o número foi menor porque tivemos chuvas constantes até o mês de setembro”, informou o comandante do Corpo de Bombeiros.
E, de acordo com informações dos institutos de meteorologia, não deve chover tão cedo. Tendo em vista essas condições do clima, Agostinho alerta para o risco de soltar balões, colocar fogo em lixo e também jogar binga de cigarro em trilhas. “A vegetação está seca e, com isso, o fogo se alastra ainda mais”, afirmou.
Vale lembrar ainda que fabricar, vender, transportar ou soltar balões que possam provocar incêndios nas florestas e demais formas de vegetação, em áreas urbanas ou qualquer tipo de assentamento humano é crime, previsto no artigo 42, da Lei nº 9.605 de 12 de fevereiro de 1998.
Já a lei de Crimes Ambientais do município, prevê multa de R$ 1.000 por hectare ou fração para quem faz uso de fogo em áreas agropastoris sem autorização, prisão e multa para quem fabricar, vender, transportar ou soltar balões que possam provocar incêndios e prisão de até cinco anos e multa no valor de R$ 1.500 por hectare ou fração para quem provocar incêndio em mata ou floresta. A pessoa que queima o lixo em casa pode ser multada em um valor que varia de R$ 500 a R$ 50 milhões, dependendo da área e da quantidade de resíduos que estão sendo eliminados.