• Em audiência, Senadores cobram medidas para garantir atendimento psicológico para população em Petrópolis

  • Continua após o anúncio
  • Continua após o anúncio
  • Apenas 351 atendimentos em saúde mental foram feitos nas duas tragédias

    31/03/2022 16:16
    Por João Vitor Brum, especial para a Tribuna

    Nas tragédias dos dias 15 de fevereiro e 20 de março, 351 atendimentos em saúde mental foram realizados pelas Secretarias de Assistência Social e Saúde. O dado foi informado pelo secretário municipal de Saúde, Marcus Curvelo, em audiência pública realizada pela Comissão Temporária de Petrópolis criada pelo Senado. O encontro aconteceu nesta quarta-feira(30), com o objetivo de debater sobre a saúde mental das pessoas afetadas direta ou indiretamente pelas chuvas. Na audiência, foram questionadas ao município, Estado e Ministério da Saúde quais medidas têm sido tomadas para garantir o atendimento psicológico da população.

    A audiência foi presidida pelo senador Romário Faria (PL), presidente da Comissão e contou com a presença do presidente da Câmara dos Vereadores, Hingo Hammes (DEM) e da coordenadora geral de Emergências em Saúde Pública do Ministério da Saúde, Janaina Salles. 

    Já o secretário Marcus Curvelo e a superintendente de Atenção Psicossocial e Populações em Situação de Vulnerabilidade da Secretaria de Estado de Saúde, Karen Athie, participaram virtualmente.

    Cidade tem seis equipes para atendimento em saúde mental

    O relator da Comissão, senador Carlos Portinho (PL), questionou o secretário de Saúde sobre o total de psicólogos e psiquiatras na rede municipal de saúde, além de perguntar se mais profissionais foram contratados após a tragédia.

    “A cidade tem seis equipes neste momento, e estamos firmando parceria com a FioCruz, com uma van que vai levar atendimento psicossocial à cidade. A curto prazo, fizemos o acompanhamento de desabrigados, especialmente com rodas de conversa. Algumas pessoas foram medicadas, mas isso tem sido feito com critério para não incentivar uma ampla medicação da população”, respondeu o secretário Marcus Curvelo.

    Após a tragédia de 15 de fevereiro, segundo o secretário, 317 pessoas foram atendidas. Entre elas, 31 crianças entre zero e 11 anos; 23 adolescentes de 12 a 17 anos; 253 pessoas de 18 a 59 anos e 10 pessoas com 60 anos ou mais. Já no dia 23 de março, foram 34 atendimentos, sendo 16 crianças de zero a 11 anos; cinco adolescentes de 12 a 17 anos; e 13 pessoas de 18 a 59 anos. O secretário informou que ainda não há um total consolidado sobre idosos atendidos.

    Presidente da Câmara Municipal propõe ampliação do atendimento para os distritos

    O presidente da Câmara dos Vereadores, em sua primeira fala, destacou que o atendimento em saúde mental realizado após as duas tragédias deve ser dividido em áreas de atenção.

    “A primeira é a Educação, com a capacitação de profissionais para identificar alunos com dificuldade, que tenham sido afetados de alguma forma pelas chuvas. É importante também integrar a Educação à Assistência Social, inclusive levantando quantas crianças foram afetadas, internadas, quantas perderam os pais, porque são números que ainda não temos. Temos que trazer ações mais concretas”, disse o vereador, completando que as duas outras áreas são a Saúde e o Lazer.

    “Precisamos encerrar a obra no espaço de psiquiatria e fornecer a ampliação dos atendimentos psiquiátricos para os distritos, já que muitas pessoas fora do primeiro distrito também foram afetadas. Também precisamos aumentar a oferta de atividades físicas e culturais, principalmente nas áreas carentes”, concluiu Hingo.

    Representante do Estado diz que responsabilidade é do município 

    Durante a audiência, uma internauta enviou uma pergunta ao Estado sobre o que pode ser feito, e a representante explicou que, neste momento, o apoio da Secretaria de Estado de Saúde é técnico, respeitando que o controle é do município.

    De acordo com Karen Athie, o município conta com dois Centros de Atenção Psicossocial (Caps) II; um Caps AD3, que tem leito para pessoas em crise; um Caps Infância e Adolescência; cinco leitos de urgência; três Serviços Residenciais Terapêuticos (SRTs); e uma unidade de acolhimento.

    “Temos que respeitar o território, pois isso parte desse processo é atribuição do município. Entendemos que a rede ideal é a ampliação dos leitos para atendimento de crise, a ampliação dos SRTs e ampliar a qualificação dos dois Caps II para o III, pois seria importante ter mais leitos temporários dentro dos Centros”, disse a superintendente de Atenção Psicossocial e Populações em Situação de Vulnerabilidade da Secretaria de Estado de Saúde, Karen Athie.

    A próxima audiência da Comissão Temporária de Petrópolis acontece na próxima quarta-feira(06) no Senado.

    Últimas