• Em 21 anos, Petrópolis já viveu 15 situações de emergência e estado de calamidade pública

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  • 21/02/2022 09:00
    Por Estela Siqueira, especial para a Tribuna

    Entre 2001 e 2022, Petrópolis viveu 15 situações de emergência ou estado de calamidade pública em decorrência das chuvas aliadas à ocupação irregular das encostas e transbordamento dos rios. Os episódios de chuvas intensas com prejuízos à economia e com danos às ruas e imóveis foram registrados praticamente anos em menor escala e sem a necessidade de ajuda extraordinária do estado ou do governo federal. 

    Dois pedidos de ajuda ao Governo Federal neste ano

    A mais recente é a relacionada à tragédia desta terça-feira (15) que já deixou 171 mortos e milhares de desabrigados e desalojados, decreto de estado de calamidade pública reconhecido pelo governo federal, episódio que ganha repercussão internacional e comoção em todo o país.

    A chuva que ocorreu na cidade entre 7 e 14 de janeiro atingiu vários pontos do primeiro distrito. (Foto: Reprodução Redes Sociais)

    Há menos de um mês, no entanto, o prefeito Rubens Bomtempo havia decretado, dia 17 de janeiro, situação de emergência, mas em um primeiro momento o governo federal recusou o reconhecimento e pediu mais documentos.  A prefeitura, no entanto, alegou que 30 mil pessoas foram afetadas pelas chuvas entre os dias 7 e 14 de janeiro. Doze ficaram desabrigados e outros 227 desalojados, mas sem vítimas e chegou a calcular um prejuízo inicial de R$ 16 milhões que poderia ser ampliado para R$ 60 milhões depois de apuração detalhada dos danos.  O reconhecimento do estado de emergência saiu no dia 02 de fevereiro. 

    São 21 anos de reconstrução

    A sucessão de situação de emergência (SE) e estado de calamidade pública (ECP) reconhecidos pelo governo federal vêm desde 2001. Naquele ano, em dezembro, foi reconhecido estado de emergência. Foram registradas 57 mortes após as chuvas intensas – o índice pluviométrico chegou a 300 milímetros no Quitandinha, às vésperas do Natal, dias 23 e 24 de dezembro.  O episódio resultou em 1.015 desabrigados e 152 casas condenadas.  Barreiras caíram no Valparaíso, Alto da Serra, Bingen, Centro e Quitandinha.  

    O mesmo aconteceu no ano seguinte, em 2002, com mais um ECP em fevereiro; em 2003, foram dois episódios em janeiro (SE) e abril (SE); a situação se repetiu em 2007, em março (SE); em 2008, também em março (SE) e em 2010, em fevereiro (SE).  De 2001 a 2008 as chuvas abrangeram dois mandatos do agora também prefeito Rubens Bomtempo. 

    Em 2011, na tragédia da Região Serrana que afetou Petrópolis principalmente no Vale do Cuiabá, deixando 73 mortos dos 919 somados em 13 cidades, a situação de emergência foi  decretada e reconhecida, seguida de decreto de estado de calamidade pública também reconhecido pela União.  Os dois documentos foram emitidos em 13 e 18 de janeiro.  Neste período, a gestão era de Paulo Mustrangi, que hoje é vice-prefeito.

    Com intervalo de dois anos, as chuvas voltaram a assolar a cidade em 2013 e nova situação de emergência foi decretada e reconhecida em março.  Dois novos episódios graves de chuva aconteceram em 2016, em janeiro e em novembro, e em ambos houve decreto de situação de emergência reconhecido pelo governo federal. 

    Sem necessidade de considerar situação de emergência ou estado de calamidade pública, as chuvas fizeram estragos e deixaram mortos também nos anos de 2017 e 2018, na gestão do prefeito Bernardo Rossi. Ainda tiveram outras duas SE em 2020 e 2021, devido a pandemia de covid-19.

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