Após receber liberdade condicional depois de 10 anos na prisão, Elize Matsunaga aparece em vídeo divulgado pelo advogado Luciano Santoro, dizendo acreditar que o marido a tenha perdoado pelo assassinato cometido em 2012. “Infelizmente não posso consertar o que passou, o erro que cometi. Estou tendo uma nova chance e, infelizmente, o Marcos não. Mas eu acredito na espiritualidade que ele já tenha me perdoado e peço por isso todas as vezes em minhas orações”, diz.
Marcos Kitano Matsunaga era presidente da empresa Yoki e foi morto e esquartejado por Elize, que, em 2016, foi condenada a 19 anos e 11 meses de prisão em regime fechado. Em 2019, o STJ reduziu a pena para 16 anos.
Na segunda-feira (31), a Justiça concedeu liberdade condicional a Elize, que agora cumpre o restante de sua pena em liberdade. “Muito feliz mesmo de ter vencido essa etapa. Sei que terei uma nova etapa agora, com obrigações diferentes, mas estou muito feliz por ter vencido, pelas pessoas que me apoiaram, pelas pessoas que compreenderam”, afirma.
Ao Estadão, o advogado Luciano Santoro disse que a previsão é de que Elize cumpra a pena em liberdade até janeiro de 2028, mas há possibilidade de redução desse período devido à remissão de pena – ela tem direito a 50 dias de remissão devido ao trabalho e estudo feito durante o tempo em cárcere, afirma o advogado.
Santoro diz ainda que as condições estabelecidas pela Justiça para que Elize usufruísse do cumprimento da sentença em liberdade são o comparecimento regular em juízo a cada 3 meses, não se ausentar da comarca sem autorização judicial, comprovar ocupação lícita, repouso noturno, não mudar de residência sem comunicar juízo e não frequentar bares, casas de jogos e estabelecimentos compatíveis.
“Ela vai morar em um apartamento dela, retomar a vida. Temos que entender que é bastante importante esse benefício que permite a reintegração da pessoa à sociedade. O nosso sistema penitenciário é um sistema progressivo, o preço pelos próprios méritos é alçar a liberdade”, afirma.
O advogado explica ainda que Elize não tem autorização pra visitar a filha, mas que ela espera que a vara da infância permita uma reaproximação no futuro, para que ela possa exercer a maternidade.