Eletronuclear recebe autorização permanente para armazenar combustível nuclear no RJ
A Eletronuclear recebeu da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) autorização para operação permanente da sua Unidade de Armazenamento Complementar a Seco de Combustível Irradiado (UAS), em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro. Desde 2021, a UAS operava com uma Autorização de Operação Inicial, informou nesta segunda-feira, 31, a estatal.
A medida tem validade de 40 anos e pode armazenar 72 Hi-Storms (cápsulas de armazenagem nuclear) até 2045.
Durante a primeira campanha de transferência de combustível, realizada entre 2021 e 2022, 15 Hi-Storms foram levados para o local. Já na fase inicial da segunda campanha, finalizada em agosto de 2024, mais 15 unidades foram adicionadas. Após a conclusão desta fase, que contará com a contribuição de Angra 1 entre 2025 e 2026, o total de Hi-Storms armazenados será de 48.
A estatal ressaltou que os combustíveis armazenados e já usados não são considerados rejeitos radioativos, pois ainda possuem um significativo potencial energético, que poderá ser reaproveitado no futuro. Países como Rússia, França e Japão já utilizam técnicas de reciclagem para este material, explicou a empresa.
“A operação da UAS não só assegura a segurança das instalações como também reforça o papel da energia nuclear na matriz energética nacional, com potencial de reaproveitamento futuro dos combustíveis usados”, disse em nota o presidente da Eletronuclear, Raul Lycurgo.
A UAS, em operação desde 2021, é projetada para garantir máxima segurança no armazenamento dos elementos combustíveis após o processo de resfriamento nas piscinas especiais das usinas. Após alguns anos, é armazenado em canisters (caixas) de aço e concreto, garantindo a integridade do material.
Segundo a Eletronuclear, o sistema de armazenamento utilizado na UAS é similar ao empregado em mais de 70 locais nos Estados Unidos e é projetado para resistir a eventos naturais extremos, como terremotos, tornados e inundações.