• Eles viraram CEO sem nunca ter ido ao escritório

  • 14/03/2021 16:02
    Por Luciana Dyniewicz e Renée Pereira / Estadão

    No meio da pandemia, com funcionários em home office e uma série de restrições sanitárias, alguns executivos viveram uma experiência inédita e inesperada ao assumir o comando de uma nova empresa remotamente. Até hoje, um ano depois do início da quarentena, alguns deles nunca pisaram no escritório nem conheceram pessoalmente diretores importantes de suas novas organizações, como Lincoln Martins, presidente da Mundo Verde, varejista de produtos naturais. “Quando tomei posse, o escritório nem recepcionista tinha mais. Todos estavam em home office. Até hoje não fui lá”, diz ele.

    Outros executivos trocaram de empresa quando a pandemia começava a arrefecer, em novembro, e puderam passar algumas semanas nas sedes das companhias – antes de tudo piorar novamente. “Tive a sorte de chegar em um momento em que a pandemia não estava tão forte e pude ficar quase dois meses em integração presencial”, diz Andrea Napolitano, presidente da empresa de pescados em conserva Gomes da Costa.

    Todos, porém, tiveram de ampliar as ferramentas de comunicação para conhecer melhor a empresa e até as próprias equipes. Nas reuniões pela internet, por exemplo, Andrea costuma cuidar para que todos os participantes possam se posicionar e para ouvi-los com atenção.

    O presidente da Extrafarma, Marcelo Bazzali, também conseguiu conhecer alguns executivos no fim do ano passado e fazer uma viagem para Belém, principal praça da empresa. Mas, com a piora da pandemia, as viagens foram suspensas. “Como diminuímos as visitas, decidimos adotar uma cultura de aumentar o protagonismo de gerentes e farmacêuticos para que eles tenham maior poder de decisão.”

    Na Omega Desenvolvimentos, Rogério Zampronha teve contato com alguns executivos pessoalmente. Mas ainda há muita gente que ele só conhece pela tela do computador. Alguns deles são funcionários novos, contratados pelo executivo também de forma online. “Foi um processo complexo, porque não há a mesma conexão existente numa entrevista presencial. Tivemos de criar ferramentas para avaliar os candidatos.”

    As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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