Eleições 2020: Tribuna entrevista o pré-candidato a prefeito Matheus Quintal sobre saúde pública
Matheus Quintal é pré-candidato a prefeito pelo Republicanos.
Hoje, 77% da população de Petrópolis é atendida pelo SUS na Atenção Básica de Saúde. O orçamento da Saúde, somados repasses estaduais e federais é de R$ 345 milhões. As construções de novas unidades de saúde como a da Posse e a de Araras levaram seis anos para serem concluídas, ou seja, atravessaram duas gestões. Como o seu governo vai fazer para acelerar a instalação dos postos de saúde?
O falta à saúde de Petrópolis é gestão e planejamento. Esses atrasos nas obras são exemplos de contratações malfeitas, que custam caro por conta de aditivos a cada vez que a obra para e recomeça. Vamos reorganizar a implantação de novas unidades básicas de saúde com base na concentração da população e na distância entre a unidade de saúde e a casa das pessoas. Nosso objetivo com isso é reduzir filas e evitar a sobrecarga nos postos e sobre as equipes de saúde da família.
Do ponto de vista da gestão ainda não foram implantadas, na totalidade, ações como o prontuário eletrônico em todas as unidades e a biometria para controlar a freqüência dos médicos e servidores. A falta de informatização na Saúde é um dos entraves para melhorar o sistema na cidade. Como a sua gestão vai tratar esta deficiência?
A informatização é irreversível na gestão da saúde. O prontuário eletrônico vai orientar o atendimento da saúde da família e será uma ferramenta importante de apoio à medicina preventiva. Pelo prontuário eletrônico, serão agendados exames e consultas e será possível acompanhar campanhas de vacinação, tratamentos, e até o histórico de doenças familiares. Também vamos usar a tecnologia para controlar o ponto dos funcionários. Só vai receber pagamento quem trabalhar.
Pacientes reclamam de demora na marcação de exames e consultas, em especial os pré-operatórios, e também demora na marcação das cirurgias. Há pessoas que já refizeram exames várias vezes porque as cirurgias são sempre adiadas. A pandemia do coronavírus fez a fila pelas cirurgias crescer. Como sua gestão vai colocar um fim às filas para cirurgias?
Vemos muitos relatos de pessoas afirmando que só conseguem ser operadas na base do Q.I., o “quem indica”. Nossa proposta é diferente: organizar a fila por prioridade médica. É a equipe de saúde, com base em protocolos, que decide o que é emergência, urgência ou eletiva, e não o político. Há várias estratégias que pretendemos implementar como melhor aproveitamento dos horários ociosos de centro cirúrgico e contratação de mutirões. O desperdício vai acabar.
Petrópolis vive hoje duas realidades: moradores que entram na justiça para garantir vagas, remédios e cirurgias. Por outro lado, assistem os moradores de outros municípios serem atendidos nas emergências da cidade. E Petrópolis não recebe indenização das cidades de origem dessas pessoas pelo atendimento que foi prestado aqui. Como sua gestão vai resolver os dois problemas?
Infelizmente essa realidade é fruto da desorganização da atenção básica da saúde. Não é exclusividade de Petrópolis. O SUS, como o nome diz, é um sistema único e não podemos nos negar em atender pessoas de outros municípios. Vamos pedir reembolso sempre que a lei permitir, mas o atendimento seguirá sendo totalmente gratuito. Organizando nosso atendimento e dando transparência às ações, o petropolitano não precisará recorrer à Justiça para ser atendido. A saúde é para todos, sem distinções.
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