• Eleições 2020: Tribuna entrevista a candidata a prefeita Lívia Miranda sobre Educação

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  • 20/09/2020 06:00

    Lívia Miranda é candidata pelo PCdoB (coligação PCdoB e PT). É professora na rede municipal com dedicação a inclusão de estudantes com deficiência. Também é Mestranda em Educação na UFF. Defensora de uma educação pública inclusiva, democrática e de qualidade para todas e todos. Além disso, está presente na batalha sindical da educação pelos direitos dos trabalhadores (as), militante de movimentos sociais pelos direitos das mulheres, da população LGBTIA+, na luta antirracista e pela participação de mulheres e pessoas comuns como protagonistas na política.

    Países de primeiro mundo se preocupam, além de que oferecer Educação, formar cidadãos.  Hoje, no dia a dia, pequenos atos de desonestidade, como não revelar um troco errado, furar uma fila, levar uma vantagem, são comuns.  Isso reflete no ambiente de corrupção que se instituiu no país. Como a educação em Petrópolis pode formar melhores cidadãos para que isso reflita na escolha de seus gestores e na vida em comum?

    A corrupção está na sociedade e, por isso, se reflete em todas as áreas do cotidiano. Não podemos normalizar essa prática. O enfrentamento a isso passa pela educação, mas é uma responsabilidade de todas e todos, da família e, não apenas, da escola. O que cabe à escola é oportunizar que estudantes tenham acesso aos processos que envolvem transparência, tomada de decisões e responsabilidades coletivas, para que tenham também uma formação cidadã e crítica. Uma educação que seja para a liberdade do pensamento. 

    Sem professores qualificados não há uma boa educação.  Japão, Coreia e Finlândia são exemplos de valorização dos professores. Nestes países, eles não recebem menos que R$ 12 mil reais por mês.  E a maioria dos recursos do Fundeb, em Petrópolis, é usada para pagar professores. Mesmo assim, a classe reclama de remuneração, condições de trabalho e falta de aperfeiçoamento profissional. Como a sua gestão vai avançar na Educação?

    A valorização se dá tanto na questão salarial, no cumprimento do Estatuto do Servidor, como também nas condições de trabalho. Propomos revisar o PCCS (rasgado por esta atual gestão), rever o valor do RETH pago na extensão de jornada, realizar concurso público para suprir a carência, garantir a formação docente, possibilitar que demais trabalhadoras(es) possam se formar e progredir na carreira. Dialogar com toda a categoria da educação (docentes e administrativos) para que as decisões sejam tomadas em conjunto.

    O ensino profissionalizante tem sido uma grande alternativa para formar os jovens em educação e, ao mesmo tempo, inseri-los no mercado de trabalho. Mas, o ensino profissionalizante oferecido hoje na cidade foca pouco nas nossas vocações, como a tecnologia e o turismo.  Se estes são setores promissores na cidade, como formar o jovem para trabalhar no polo tecnológico e na rede de turismo da cidade? 

    O ensino técnico profissionalizante tem sua importância, porém muitas vezes afastava o(a) estudante da continuidade dos estudos, de modo que o ensino técnico era para o pobre e a faculdade para o rico. A educação é para dar possibilidades, não para limitar os indivíduos. É possível formar a juventude com programas de estágio desde o ensino médio com a prefeitura dando incentivo e subsídio para as empresas dos diversos ramos. Sabendo que a educação é para gerar oportunidades, muito além de formar trabalhadores.

    Depois de seis décadas de tragédias só agora Petrópolis incluiu em sua grade curricular a prevenção a desastres com ensino de Defesa Civil nas escolas.  O que mais precisa  ser incluído na educação de Petrópolis para a formação do aluno como cidadão responsável e consciente? 

    O que precisamos é de educação em tempo integral, construção de creches em cada comunidade, o cumprimento do PNE e do PME. Temos que garantir escola pública inclusiva para todas(os). Nossa meta é: nenhuma criança fora da escola. Com isso teremos também escolas dignas, com alimentação, orientadas nos Direitos Humanos e cada estudante sujeito de transformação social. O diálogo do currículo com olhar crítico para as necessidades da sociedade, com participação de estudantes, responsáveis e comunidade.

    Ouça a entrevista completa em podcast:

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