Economista do BoE evita promessas no curto prazo e diz que decisões de juros dependem de dados
Economista-chefe do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), Huw Pill, afirmou nesta sexta-feira, 2, que os dirigentes não devem prometer que os juros cairão mais no curto prazo no Reino Unido, após a instituição iniciar na quinta-feira a flexibilização das taxas britânicas. Pill reiterou que as decisões monetárias dependem de dados e são tomadas a cada reunião.
“Não podemos ser complacentes e declarar vitória contra a inflação neste momento, porque ainda há pressões inflacionárias no Reino Unido”, afirmou o economista-chefe, em sessão virtual de briefing para comentar sobre a decisão da quinta.
Segundo ele, é “prematuro” pensar que os juros voltarão ao nível pré-pandemia e antes do ciclo de aperto monetário depois de apenas duas leituras favoráveis de inflação, em maio e junho deste ano.
Pill defendeu que, apesar de reduzir o nível de restrição das taxas, o BC britânico ainda vê resquícios provocados pela pandemia e pelos choques de energia em efeitos secundário sobre as dinâmicas de preços e salários no Reino Unido. Para o dirigente, estes efeitos são responsáveis pela persistência da inflação em nível elevado.
No entanto, a autoridade monetária reconhece que houve “muito progresso” em criar um ciclo sustentável de queda da inflação rumo à meta de 2%.
“Precisamos garantir esse retorno dos preços a 2% de modo sustentável no longo prazo e ainda há trabalho a fazer para alcançar isso”, disse Pill. “Não queremos normalizar juros em ritmo rápido ou intenso demais para evitar perder esse progresso na inflação”, frisou.