Economia para reverter penúria vai se limitar a rever contratos e paralisar obras
Para quem conhece bem os bastidores do governo a fórmula que a gestão Bomtempo vai usar para tentar reverter o estado de penúria das contas públicas vai se resumir a rever contratos (tentando reduzir preços) e paralisar obras executadas com recursos próprios. As obras com recursos federais, mas que precisam de contrapartida do município, também sobem no telhado. Não vai haver cortes de comissionados nem enxugamento das secretarias. Uma medida mais ‘radical’ que daria ‘visibilidade’ seria reduzir os salários dos CCs, secretários e prefeito, coisa que já foi feita pelo próprio Bomtempo em gestão anterior e por Bernardo Rossi. Não resolve, mas dá a sensação de que algo está sendo feito.
Servidores são a maior preocupação
A merenda, segundo membros do Conselho de Segurança Alimentar, estará garantida até o final do ano, já estocada ou comprada. Na área de saúde é que podem ser adiadas cirurgias eletivas e exames, mas sem alarde. Eventos, como a Serra Serata que levou a breca ano passado, também são uma possibilidade. Projetos como a moeda social e o banco popular podem ser suspensos. Mas, a preocupação maior é com os servidores. A folha de 12 mil funcionários entre ativos, aposentados e pensionistas chega a R$ 42 milhões mensais. A deste mês foi quitada, mas vai precisar haver malabarismos para chegar com a folha em dia até dezembro.
PT dividido
O Partido dos Trabalhadores em Petrópolis agora é dirigido pela ex-secretária de Saúde da gestão Bomtempo, Cida Barbosa. E tem representatividade no governo via Paulo Mustrangi, o vice, e na secretaria de Esportes, com Thiago França como titular da pasta. Porém, os filiados não adeririam à reeleição de Bomtempo. Mais de 90% da militância vai espirrar para outros lados.
Saindo na frente
O Novo, partido do prefeitável Bernardo Santoro, saiu na frente e foi o primeiro a anunciar sua convenção, marcada para o dia 24, quando confirma a chapa à majoritária e a nominata à Câmara de Vereadores.
Perdendo espaço
Dos pré-candidatos a prefeito na cidade, apenas o deputado estadual, Yuri Moura e Bernardo Santoro foram rápidos em tratar do assunto da penúria financeira que envolve o ICMS e a GE-Celma com a empresa sendo culpabilizada pela gestão Bomtempo. Leandro Sampaio só tratou do assunto anteontem e Hingo Hammes não se pronunciou. Santoro, inclusive, entrou na justiça para que o escritório de advocacia Sardinha contratado pela prefeitura devolva os R$ 35 milhões que ganhou considerando que perdeu a ação. Sobre esse item Hammes mandou um ofício para a prefeitura.
Bota mais gás!
O que se espera dos prefeitáveis é que eles atuem de forma contundente neste caso. Se vão precisar ingressar na justiça para ter acesso a documentos e coisa e tal, aí é com eles. Mas, se inteirar da real situação financeira do município é essencial a todos que realmente desejam sentar na cadeira de prefeito. Mesmo porque se acreditam mesmo em seus nomes como os ungidos devem ter que preparar um plano de retomada econômica para colocar em prática dia 1° de janeiro.
Lição que fica
E fica a lição sobre a crise financeira que a prefeitura conseguiu se colocar: “puxar a brasa para a sua sardinha nem sempre funciona”.
Desagravo
Precisava fazer um desagravo à ministra da Saúde, Nísia Trindade. Porque ela esteve aqui para inaugurar um novo centro de terapia oncológica no Hospital Alcides Carneiro e a Casa da Gestante, também na unidade hospitalar. A prefeitura sequer chamou a imprensa para acompanhar a inauguração-moita. Pior que isso foi a quantidade de verba federal não só no projeto, mas na área de saúde que a prefeitura não vem divulgando.
Na moita
No final do ano passado o Ministério da Saúde aportou com R$ 10 milhões e o dinheiro, segundo o prefeito, foi importantíssimo para ‘fechar as contas’. Este ano, o governo federal está mandando mais R$ 20 milhões para média e alta complexidade na saúde – R$ 6 milhões já chegaram nas contas da prefeitura e ainda R$ 1,7 milhão vão ser aportados todos os meses. E a gestão Bomtempo não faz questão de enaltecer e colocar os números para a frente.
Suspende o asfalto
Lembra que a gente contou aqui que a prefeitura iria licitar no dia 26, empresa para a pavimentação da Estrada Arnaldo Dickenhoff, a principal via do Brejal, na Posse, além de ruas vicinais? Custo estimado de R$ 8,5 milhões. Eis que foi suspensa. A prefeitura não explica por quê. Mas não cremos que seja por conta da crise financeira. Afinal, a obra faz parte daqueles R$ 100 milhões que a gestão Bomtempo pegou emprestado com a Caixa.
Reserva de luxo
E o ex-vereador Leandro Azevedo gravou vídeos para as redes sociais enaltecendo o papel de um vice-prefeito. “Muita gente pensa que, no Brasil, o vice é apenas um reserva. Que só entra em campo caso algo muito sério aconteça com o titular. Mas não é assim que funciona. O vice é o segundo na hierarquia. Podem ficar tranquilos que eu terei um papel central na administração municipal. Jamais serei apenas um reserva de luxo”. Leandro, que cedeu a cabeça de chapa ao blogueiro, quando gravou isso mais parecia estar tentando convencer a si mesmo.
Contagem
Petrópolis está há 1 ano e 53 dias sem os 100% da frota de ônibus nas ruas depois do incêndio na garagem das empresas.
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