Economia da Alemanha está em uma encruzilhada e cenário base é de crescimento lento, diz Ifo
A economia da Alemanha está em uma encruzilhada em termos de desenvolvimento da sua atividade econômica – e a chave para definir os próximos anos está no setor industrial, avalia o instituto Ifo, em relatório divulgado nesta quinta-feira, 12. Segundo o documento, a demanda fraca e as mudanças estruturais têm sido um peso para a economia alemã, que teve dificuldades nos últimos cinco anos.
O instituto Ifo estima que o Produto Interno Bruto (PIB) da Alemanha deve cair 0,1% em 2024, na comparação com o ano anterior, conforme as indústrias locais sofrem com a “perda notável” de competitividade, taxas de juros elevadas, demanda fraca por bens e ambiente global incerto.
“A digitalização, a descarbonização, a demografia e a fragmentação global exigem uma reforma das estruturas de produção”, observa a instituição.
Para o Ifo, a resposta das indústrias alemãs a este cenário definirá o rumo do crescimento econômico do país nos dois próximos anos.
O cenário base do instituto traz uma perspectiva sombria para a Alemanha, de desindustrialização da economia local e queda permanente da participação do setor de manufatura no valor total do PIB. Neste caso, o crescimento econômico continuaria lento – com avanço do PIB de apenas 0,4% em 2025 e 0,8% em 2026 – e a taxa de desemprego teria um salto, conforme empresas realoquem sua produção industrial e investimentos no exterior, tornando necessária uma absorção dos trabalhadores e produtividade do setor industrial pelo de serviços.
Já o cenário alternativo e mais otimista envolveria reformas estruturais que ampliem o apoio do governo alemão à indústria local – por exemplo, com menor taxas de impostos, expansão de infraestruturas digitais, de energia e transporte, além de aumento na participação laboral.
Esses fatores também implicariam em menor incerteza sobre o curso da economia, diminuindo a hesitação de investidores e consumidores domésticos.
O Ifo estima que este cenário impulsionaria o crescimento do PIB a 1,1% em 2025 e a 1,6% em 2026, com participação significativa da indústria.