Dupla cria uma revista em quadrinhos voltada para a inclusão dos deficientes
Um professor petropolitano criou um projeto para inclusão de deficiente na ficção científica. A primeira revista em quadrinhos voltada para a inclusão do portador de necessidades especiais será lançada na próxima terça-feira (22), na Casa de Cláudio de Souza, no Centro da cidade.
O idealizador do projeto é Nilson Siqueira da Silva, de 47 anos, que leciona história, filosofia e sociologia. A revista foi feita com a parceria de Eraldo Wilson, desenhista petropolitano que se tornou sócio de Nilson na produção da história em quadrinhos.
A revista será a primeira produção impressa do selo que simboliza uma série de histórias com personagens diferentes, todos eles têm algum tipo de deficiência.
A ideia da produção surgiu há 3 anos e meio, quando Nilson percebeu a necessidade de incluir pessoas com deficiência na ficção científica. “Eu percebi que nós não tínhamos deficientes nos desenhos animados e nas histórias em quadrinhos. Em algumas séries pode até ter, mas eu vi a necessidade de desenvolver um trabalho voltado para a inclusão desse público”, revelou.
Nilson disse que sempre foi fã das histórias em quadrinhos. “Eu sempre gostei, desde criança. Sempre li muito e valorizei muito esse trabalho artístico que há por trás dessas revistas. Eu me inspirei em uma história que vi de um barco que navegava pelo oceano transportando deficientes. Uma espécie de cruzeiro para portadores de necessidades especiais. Então eu pensei: por que não fazer um livro em quadrinhos com esses protagonistas?”, contou. A revista, com o nome de Força Especial será a primeira produção da empresa petropolitana que Nilson fundou para introduzir esse tipo de produto no mercado. Com 52 páginas o trabalho mostra a história de um ex-jogador de futebol argentino, da ficção, que teve sua irmã sequestrada e caiu numa cilada na hora do resgate. “Ele vai para o resgate e lá eles explodem tudo e ele acaba perdendo uma perna”. O fato acontece depois que o protagonista se envolve com a máfia argentina. Com o ocorrido, ele acabou perdendo uma perna e teve que aprender a lidar com a deficiência. “Na história contamos a adaptação dele a essa nova vida. Ele acorda depois da explosão, está no Brasil, e aí ele começa a ganhar alguns poderes que antes não tinha”, revelou Nilson. Os poderes que o super-herói possuem são desenvolvidos depois que ele adquiriu essa necessidade especial.
O diálogo das obras de Nilson Siqueira envolve muitos personagens com cultura folclórica do Brasil e também a cultura mundial. As informações sobre a nova produção estão disponíveis no site: www.imperialcomics.com.br.
Depois do lançamento a revista será exposta no Centro de Referência à Pessoa com Deficiência, na Avenida Koeler, até o início das Paralimpíadas 2016.