Duas rochas são detonadas na Rua Uruguai
Na manhã e tarde de hoje (26), a Defesa Civil comandou a detonação de duas rochas do desplacamento que atingiu a Rua Uruguai, no Quitandinha, no último dia 14 de novembro, atingindo cinco casas e matando duas pessoas. A explosão faz parte da 1° etapa das obras de recuperação do local, onde ainda estão interditadas 25 casas. Cerca de 200 pessoas estiveram envolvidas na operação que isolou ruas em um raio de 150m.
A operação começou por volta das 11h. A primeira pedra foi detonada às 11h50 e a segunda às 17h30. Foram utilizados 360 quilos de explosivos para implodir 75 mil quilos das quase 3 mil toneladas de rochas que se desprenderam e caíram no local. Apesar do barulho como de bomba, não foi possível ver alteração no local, pois a explosão é interna. “O tipo de explosão que há aqui é cadenciado e é calculado para não haver lançamento de fragmentos”, disse o Secretário de Defesa Civil, Rafael Simão. Os destroços serão utilizados no dique que está sendo feito no local, que funciona como um “colchão” para amortecer outras rochas que vierem a se soltar do maciço rochoso.
A explosão faz parte da 1° etapa das obras de recuperação do local, que visa medidas de curto prazo, que incluem a limpeza, desobstrução da via e construção de um dique. O custo desta etapa, que tem previsão de duração de 60 dias, é de R$ 907.299,38 – verba repassada pelo Ministério da Integração Nacional. “Foi uma catástrofe o que aconteceu aqui, pegou a todos nós de surpresa. Mas nós conseguimos em um curto período de tempo reagir, fizemos o projeto para a 1° etapa e sensibilizamos o Governo Federal para obtenção da verba necessária. O restante da obra o próximo governo, junto com o governo federal, vai dar prosseguimento”, disse o Prefeito Rubens Bomtempo, que esteve no local durante as atividades.
A etapa seguinte, que visa medidas de longo prazo e têm caráter preventivo, será uma obra de grande porte para contenção da encosta, que será realizada por meio do PAC Encostas. “Ainda não sabemos o custo dessa fase, vai depender de apresentação de projeto. O que sabemos é que o que vai ser feito aqui deve se assemelhar às barreiras dinâmicas que há no Carangola, Capitão Paladino e São Sebastião” disse o Secretário de Obras, Almir Schmidt. De acordo com o responsável técnico pela obra, Andrés Gulias Lorenzo, o que vai ser feito exatamente e a maneira como vai ser feito só vai dar para ser definido depois que a área estiver limpa. “Talvez em fevereiro já tenhamos uma solução definitiva”, disse.
As 25 casas nos arredores estão interditadas provisoriamente. Uma avaliação tríplice da Defesa Civil, do Departamento de Recursos Minerais do Estado do Rio de Janeiro (DRM) e da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM) dirá quais casas serão liberadas e quais serão interditadas permanentemente. Ainda não há previsão para a avaliação, mas enquanto houver obras no local, as casas permanecerão interditadas.