• Drama na porta do IML de parentes para a identificação de 101 mortos

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  • 17/02/2022 13:36
    Por Jussara Madeira

    Com o passar das horas aumenta o desespero de familiares de pessoas desaparecidas durante o temporal desta terça (15). Até o momento, a Polícia Civil registrou em Petrópolis 134 boletins de ocorrência de desaparecimentos. Na porta do Instituto Médico Legal (IML), a atmosfera é de drama e dor entre familiares que aguardavam para identificar os mortos. Até o início da manhã desta quinta (17), 101 corpos ainda estavam no local e apenas 33 tinham sido identificados, informou a Polícia Civil.

    Na porta do IML, Sônia Regina Soares esperava para fazer a identificação dos corpos das duas netas adolescentes, de 13 anos, que foram levadas pela água na Rua Lopes Trovão, na localidade conhecida como Pontilhão. Ao menos seis casas foram atingidas pela água e pedras no local.

    “Abriu um mar e arrastou minhas netas. Meu filho, que é especial, ficou preso pela geladeira e por isso não foi levado. Eu fui até a cachoeira para tentar achá-las. Não sabia para onde eu ia, se procurava uma ou procurava a outra”, contou sob lágrimas.

    “Perdemos tudo, eu contei 12 pessoas mortas, incluindo minhas netas. Acharam um pedaço da cabeça em uma das pedras. Tinha pedra descendo do tamanho de um carro”, relatou.

    Cerca de 60 pessoas aguardavam agora pela manhã na porta do instituto para identificar familiares. Segundo a Polícia Civil, foi montada uma estrutura para a preservação e identificação dos cadáveres no Posto Regional de Polícia Técnica Científica (PRPTC), que fica junto ao IML.

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