Dono de vaca decide processar a prefeitura pela morte do animal

Ainda sem acreditar na morte do seu animal de estimação, a vaca Mimosa, o manobrista Vitor Simões vai pedir na justiça que a prefeitura esclareça a tentativa de resgate e morte do animal. A vaca foi sacrificada no dia 05 de janeiro, após se ferir em uma tentativa frustrada de apreensão nas ruas do Centro Histórico. A ONG de proteção animal AnimaVida protocolou na prefeitura um pedido de esclarecimentos sobre a operação de resgate do bovino.

O casal de bovinos ficou famoso após ser flagrados passeando nas ruas do Centro Histórico, na manhã do dia 04 de janeiro. A Guarda Civil fez a apreensão dos animais, que foram levados provisoriamente para o Parque Natural Municipal, na Avenida Ipiranga, para em seguida ser levados para o curral municipal.

Ainda na sexta feira, o boi foi colocado na carretinha e encaminhado para o curral. Mas a vaca, por estar mais estressada, fugiu e acabou indo parar na sede da prefeitura, na Avenida Koeller. De acordo com a Guarda Civil, como já estava no fim do dia, a solução foi deixar que ela passasse a noite dentro dos portões da Prefeitura para que a operação de translado fosse concluída no dia seguinte. Mas isso não aconteceu.

“Eu consegui colocar a mão nela, consegui acalmá-la. O veterinário não conseguia chegar perto dela e eu que apliquei a dose do calmante. Mas ainda assim, por ser muito arisca e estar longe do boi, ela se agitou e foi para o lado das grades”, contou, com pesar, o proprietário.

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Na confusão, dois agentes da Guarda Civil ficaram feridos. A vaca fugiu pela mata atrás da prefeitura e foi parar em uma casa de festas na Rua Padre Siqueira. Lá, quando tentava fugir, pulou em uma cerca e acabou se ferindo. De acordo com a prefeitura, devido à gravidade do  estado do animal, o veterinário da Cobea indicou que ela fosse sacrificada.

“O trabalho com gado é uma atividade de risco, em que se lida com animais de peso e força muitas vezes superiores aos de uma pessoa. Isto seria mais um motivo para que houvesse na operação de resgate pessoas conhecedoras do comportamento de bovinos. Assim, poderia ser evitada a exposição e os riscos à saúde e integridade física de terceiros, decorrente da falta de habilidade na condução e contenção dos animais por parte dos agentes municipais, que, inclusive, permitiram a intervenção de voluntário que não possui qualificação profissional para tal”, disse Ana Cristina.

A protetora explica que em análise nas fotos do animal não está claro se os ferimentos causados pelas lanças da cerca foi grave o suficiente para a necessidade do sacrifício do bovino.

“Eu comprei os animais seis meses após minha sogra falecer para presentear meu filho, para fazer companhia para ele. Agora acontece isso. Eu pedi para que não sacrificassem meu animal. Falei que buscava ela e ia tratá-la, mas não fui ouvido”, disse com tristeza.

Hoje se completam 10 dias que o boi foi levado para o curral, com a diária custando R$ 65. Vitor contou que está correndo contra o tempo para cumprir as exigências para levar o animal para casa.

Sobre as circunstâncias da morte do animal, a prefeitura informou que o animal sofreu lesões graves na região abdominal e nos membros posteriores após tentativa de fuga pulando uma cerca. Bastante machucada e em situação de sofrimento – dada a gravidade do estado de saúde da vaca – o veterinário da Cobea indicou que a mesma fosse sacrificada. Todo o procedimento, desde a apreensão dos animais até o atendimento veterinário, foi acompanhado também pelo proprietário. Sobre o boi, informou que está passando por atendimento veterinário e será micro-chipado antes de ser devolvido ao dono.

Em relação à capacitação dos agentes para fazer esse tipo de resgate e apreensão, e sobre a especialidade do médico veterinário que deu o laudo, não obtivemos resposta.

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