• Domingo de terror em Petrópolis: temporal volta a fazer estragos no primeiro distrito

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  • 21/03/2022 00:36
    Por Vinícius Ferreira

    Já são mais 10 horas de terror para os petropolitanos. Neste domingo, a chuva que ocorreu durante a tarde e noite no primeiro distrito foi, até agora, em um volume ainda maior do que em 15 de fevereiro, foram registrados 371.2 milímetros de chuva. Como uma extensão daquele dia de tragédia, ruas ficaram alagadas e há registros de vários deslizamentos pela cidade. O Corpo de Bombeiros atua em várias ocorrências onde há suspeita de vítimas soterradas. Nenhum dos órgãos confirmou se há vítimas, até o momento. O boletim geológico divulgado pela Defesa Civil alerta para um alto risco de deslizamento nas regiões do primeiro distrito, na noite deste domingo e segunda-feira, onde a chuva ainda ocorre em alguns lugares.

    No boletim divulgado às 00h10, nas redes sociais do prefeito Rubens Bomtempo, as equipes estão na rua para o atendimento aos chamados e foram registradas 80 ocorrências, a maior parte delas por deslizamentos. Em seguida estão os alagamentos. Já a secretaria de Assistência Social informou que já há 149 pessoas acolhidas em quatro pontos de apoio no Morin, Vila Felipe, Sargento Boening, Alto da Serra, São Sebastião, Amazonas, Independência e Quitandinha. 

    Os maiores registros pluviométricos foram registrados no São Sebastião com 371.2 milímetros; no Dr. Thouzet, com 314,8; e no Vila Felipe, com 307 milímetros nas últimas 12 horas. No bairro São Sebastião as sirenes ainda tocam neste momento, orientando os moradores do Vital do Brasil e rua João Adão Brand (áreas de risco) a deixarem as casas. O ponto de apoio mais próximo é a Escola Municipal João Paulo II, que fica na rua São Sebastião, que no temporal da tarde teve parte das placas de asfalto arrancadas pela enxurrada. No Condomínio Gustavo Ernesto Bauer (BHN do São Sebastião), uma barreira levou lama e vegetação para a rampa de acesso aos blocos, atingindo dois carros estacionados, impedindo a passagem de veículos. Nas redes sociais circulou a informação de interdição de blocos, o que não foi confirmado.

    Nas duas pontes, um registro impressionante, mostra o momento em que duas pessoas que estão em um carro prata acabam parando no cruzamento já alagado. Os dois tentam sair do veículo, mas a força da correnteza quase os arrasta para o rio. Eles voltam para o carro, mas é o veículo agora quem começa a ser também arrastado. Momentos depois um homem aparece para ajudar e a tirar as duas pessoas do local. Em um trecho mais adiante, outro vídeo igualmente impressionante mostra a força da correnteza arrastando o que sobrou da Rua Washington Luiz. Na força da correnteza do Rio Quitandinha, apenas a retroescavadeira resiste, enquanto os tapumes que protegiam a área destruída no último temporal já haviam tombado. Há informações da queda de um imóvel na região, após um deslizamento em uma área que já havia ocorrido queda de barreira no mês passado. No entanto,  a informação ainda não foi confirmada pela Defesa Civil. 

    Ruas interditadas por todo primeiro e segundo distrito

    Ainda no início da noite, o sindicato das empresas de ônibus, Setranspetro, emitiu uma nota informando que a operação dos coletivos das empresas de ônibus foi suspensa por questão de segurança, informando, por volta das 21h35, que “nenhum ônibus urbano em Petrópolis vai operar em áreas que estejam com possibilidade de alagamento ou deslizamento”. 

    À tarde e à noite, a Rua Coronel Veiga foi inundada pelo transbordamento do Rio Quitandinha, e a água invadiu a garagem das empresas. 

    O mesmo aconteceu com a Rua do Imperador, onde a correnteza ultrapassou os limites dos rios Quitandinha, Palatinato e Piabanha e tomou as principais ruas do Centro Histórico. O que permanece na noite de hoje. Lojas voltaram a ficar submersas e comerciantes voltaram a ter prejuízos. Na altura do monumento do Obelisco, por exemplo, entrou água no Grão da Terra. Na principal rua do centro comercial da cidade carros foram arrastados, repetindo o cenário de guerra registrado há pouco mais de um mês – em menor número dessa vez, já que o temporal aconteceu em um dia de menor movimento nas ruas.

    No Valparaíso, não há nenhum rio próximo à Rua Gonçalves Dias, o que não impediu que a força da enxurrada transformasse não apenas esta, mas outras ruas do bairro em rios. O local tem sido uma alternativa ao trânsito durante a interdição parcial da Washington Luiz, principal acesso à cidade para os motoristas vindos da região do Quitandinha. 

    Também houve alagamento na rua Bingen, no trecho onde fica a Universidade Estácio de Sá. Ali, as duas pistas foram tomadas pelo rio Piabanha, chegando na escadaria de acesso do Hospital Santa Teresa – HST, a maior referência de atendimento a vítimas de acidentes na região. Ainda na rua Bingen, uma barreira interditou parte da via no trecho próximo ao restaurante Luka’s.

    No sentido distritos, da avenida Barão do Rio Branco, houve registros de alagamentos em frente a unidade do Corpo de Bombeiros e também próximo à delegacia do Retiro (a 105ª Delegacia da Polícia Civil). Em Correas, a água já alcançava a ponte de acesso à praça de Correas.

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