• Dom Veloso, Ad perpetuam rei memoriam

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  • 08/07/2022 09:22
    Por Fernando Costa

    Ao compulsar os alfarrábios acadêmicos, religiosos, jornalísticos e, sobretudo o escrínio de nossos corações, revivamos Dom José Fernandes Veloso, segundo reitor do Seminário Nossa Senhora do Amor Divino, em Corrêas, dedicando-se totalmente à formação dos futuros padres. Mesmo depois de haver deixado a reitoria do Seminário redobrou o carinho especial pela instituição e a preocupação pela formação dos seminaristas. Assumiu a Diocese de Petrópolis, substituindo Dom Manoel Pedro da Cunha Cintra. Fazia questão de celebrar uma vez por semana para os seminaristas e ter um contato pessoal com eles. O lema de seu ministério episcopal era “Veritatem facientes in caritate” (Praticar a verdade na caridade). Quem o conheceu sabia do seu empenho pela verdade. Nascido na cidade de São Manoel, em São Paulo, em 1916, foi ordenado padre em 12 abril de 1941, em Roma, na Itália. A nomeação de dom José Fernandes como bispo auxiliar de Petrópolis aconteceu em 23 de março de 1966. Nesta função ficou, sendo o braço direito de Dom Manoel, até 26 de novembro de 1981, quando foi nomeado Bispo Coadjutor e em 15 de fevereiro de 1984 assumiu o cargo de Bispo Diocesano de Petrópolis, deixando o cargo em 1996, passando então a residir no Seminário Diocesano. As comemorações dos 90 anos de Dom Veloso, no dia 4 de março de 2006 foram emocionantes e prestigiadas. Por ocasião da Sagrada Eucaristia que abriu as celebrações o arcebispo de Niterói, Dom Alano, ressaltou as virtudes sacerdotais e humanas do bispo-emérito, lembrando que “foi um homem voltado para as coisas de Deus, que se empenhou nas tarefas da igreja, lembrando ainda todo seu empenho pela verdade da fé em meios a tantas ideologias.” Ao  falecer no dia  10 de julho do mesmo ano, Dom José Fernandes Veloso, depois de quatro dias internação no Hospital São Lucas, onde lhe visitei, subiu aos páramos celestiais e foi recebido por Maria Santíssima que o conduziu ao regaço Paterno. A Catedral estava repleta durante a missa de corpo presente que  foi celebrada pelo arcebispo de Niterói, Dom Alano Maria Pena e o sepultamento ocorreu no mesmo local, na cripta destinada aos bispos, onde estão os restos mortais de Dom Manoel Pedro da Cunha Cintra. O então Bispo de Petrópolis, Dom Filippo Santoro manifestou sua tristeza pelo falecimento de Dom Veloso e também por não saber se chegaria a tempo do sepultamento porque se encontrava na Basílica de Aparecida no encontro mundial das famílias presidido pelo  Papa Bento XVI. O então Bispo Diocesano Dom Filippo Santoro disse à ocasião que “Dom Veloso era um exemplo como condutor da igreja e ao mesmo um empreendedor da cultura. Doou boa parte de seu ministério à Universidade Católica de Petrópolis (UCP). Dom Veloso foi um pastor zeloso e inteligente, sua fidelidade a Igreja é um testemunho que nos comove e inspira a seguir seu exemplo”. Elevemos nossos pensamentos aos céus em orações e gratidão ao Pastor querido. Não obstante os inúmeros compromissos pastorais em sua agenda havia  um espaço reservado a prestigiar nossas atividades culturais. Por isso e mantendo a tradição, com alegria fui um dos que o indicou para que ocupasse a  Cadeira nº 01 da centenária Academia Petropolitana de Letras. Ali, eu  integrante do imenso rebanho por ele pastoreado  nos tornamos confrades das lides literárias. Tive o privilégio de estar presente à Cerimônia de Sagração Episcopal de Dom José Fernandes Veloso na Catedral de São Pedro de Alcântara trazido pelas mãos do então Pároco  de Hermogênio Silva, (Bemposta), Padre Geraldo João Lima. Depois, na condição de aluno da turma de 1970 da  Faculdade de Direito da Universidade Católica de Petrópolis tendo sido Dom Veloso meu Reitor. Cum Christo et Mariae in pace Dom José Fernandes Veloso. 

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