• Dólar tem alta leve de olho em Focus, commodities e Treasuries

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  • 08/jul 09:40
    Por Silvana Rocha / Estadão

    O dólar exibe alta leve nos primeiros negócios desta segunda-feira, 8. Os investidores analisam o Boletim Focus em meio à piora das expectativas para o IPCA em 2024 e 2025. Ajustam posições também de olho na queda do petróleo e de 3,34% do minério de ferro na China, além dos ganhos leves dos juros dos Treasuries e do dólar frente outras moedas principais e a algumas emergentes ligadas a commodities no exterior.

    No entanto, a valorização do peso mexicano e do rand sul-africano ante o dólar contribui para limitar a alta da divisa americana ante o real. O dólar vem ainda de uma semana de alívio no mercado.

    Do pico de R$ 5,6648 no fechamento da terça-feira passada para o encerramento do pregão na sexta, o dólar à vista caiu 3,57%. Além da contribuição externa após payroll dos EUA mais fraco, o investidor desfez parte das suas posições cambiais defensivas, reagindo a anúncios de compromisso do governo Lula com o cumprimento do arcabouço fiscal e um corte de gastos de pelo menos R$ 25,9 bilhões no Orçamento de 2025.

    No Focus, a mediana de IPCA 2024 subiu de 4% para 4,02%; para o IPCA 2025, passou de 3,87% para 3,88%; para o IPCA de 2026 a estimativa continua em 3,60% e, para 2027, em 3,50%. As estimativas para a Selic permaneceram inalteradas até 2027, sendo que para o fim de 2024 continuam em 10,5% ao ano e para fim de 2025, em 9,5% ao ano. Para o câmbio em 2024, o mercado manteve projeção em R$ 5,20 e, para 2025, passou de R$ 5,19 para R$ 5,20. A relação dívida líquida/PIB em 2024 passa de 63,70% para 63,85%; e em 2025, continua em 66,40%. A projeção de alta do PIB de 2024 passa de 2,09% para 2,10% e, para 2025, de 1,98% para 1,97%.

    As atenções esta semana ficam nas negociações finais no Congresso para a votação do primeiro texto da reforma tributária e em dados de inflação no Brasil, nos EUA e China. O IPCA de junho será divulgado na quarta-feira, enquanto nos EUA saem o índice de preços ao consumidor (CPI), na quinta, e a inflação ao produtor (PPI), na sexta-feira. Na China, serão publicados os dados de inflação de junho, nesta terça-feira. O presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, participará também de duas audiências no Congresso americano na semana: nesta terça no Senado e, na quarta, na Câmara. Além disso, começa a temporada de balanços nos EUA.

    No Congresso, o foco fica nas discussões finais da regulamentação da reforma tributária. A expectativa é que a votação do primeiro projeto e talvez do segundo ocorram na semana que vem.

    Mais cedo, o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) registrou alta de 0,50% em junho, após uma elevação de 0,87% em maio, divulgou a Fundação Getulio Vargas (FGV). O resultado do indicador ficou abaixo da mediana das estimativas do mercado financeiro colhidas pelo Projeções Broadcast, de alta de 0,58%. Com o resultado, o IGP-DI acumulou uma alta de 1,11% no ano e de 2,88% em 12 meses.

    O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) da Fundação Getulio Vargas (FGV) acelerou de 0,22% no encerramento de junho para 0,26% na primeira quadrissemana de julho. Com o resultado, o índice acumula alta de 3,83% em 12 meses, ante 3,63% na leitura anterior.

    No exterior, após os eleitores dividirem o Parlamento francês entre a esquerda, o centro e a extrema-direita, não deixando qualquer uma das facções sequer próxima de garantir a maioria absoluta para a formação de um governo, o presidente da França, Emmanuel Macron, rejeitou um pedido de renúncia do primeiro-ministro Gabriel Attal nesta segunda-feira e pediu que ele permaneça temporariamente no cargo. Às 9h21, o euro estava a US$ 1,0839, de US$ 1,0842 no fim da tarde de sexta-feira.

    Às 9h34, o dólar à vista subia 0,29%, a R$ 5,4780. O dólar futuro para agosto ganhava 0,33%, a R$ 5,4930. Em Nova York, o índice DXY do dólar ante seis divias principais caía 0,04%, a 104,83 pontos. O juro da T-Note 10 anos subia a 4,288%, de 4,278% no fim da tarde de sexta-feira.

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