• Dólar sobe por incertezas sobre tamanho de corte de gastos no Brasil e de juros nos EUA

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  • 25/out 09:54
    Por Silvana Rocha / Estadão

    O dólar opera em alta no mercado à vista na manhã desta sexta-feira, 25, após cair na quinta, 24. Investidores ajustam posições no aguardo de medidas de corte de gastos prometidas pelo governo para a semana que vem e diante das indefinições das eleições nos EUA, afirma Jefferson Rugik, diretor da corretora Correparti. “Há dúvidas sobre a potência da redução de despesas do governo Lula que será anunciada e também sobre o corte de juros nos EUA.” Na próxima quinta-feira, 31, também será fechamento da taxa Ptax referencial do fim de outubro e as rolagens de contratos futuros podem começar a influenciar marginalmente as taxas de câmbio.

    Além disso, o Comitê Permanente do Congresso Nacional do Povo da China (NPC, na sigla em inglês) anunciou nesta sexta-feira que se reunirá de 4 a 8 de novembro, gerando expectativas de que mais medidas de estímulo sejam anunciadas. A agência de notícias estatal chinesa Xinhua não fez menção a estímulos fiscais, mas informou que os legisladores revisarão diversos projetos de lei e relatórios de agências governamentais. Ainda não está claro se o Conselho de Estado enviará um pacote fiscal ao NPC para aprovação.

    Nesta quinta-feira, o dólar e os juros futuros tiveram uma trégua e caíram, após a escalada recente. O alívio veio especialmente com comentários de dirigentes do Banco Central garantindo que a autoridade fará o que for necessário para trazer a inflação para a meta e que está atenta aos riscos fiscais, negando que haja dominância fiscal. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse os preços de mercado “estão exagerados”.

    Já o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou na quinta que o arcabouço fiscal brasileiro não precisa ser reformulado, mas reforçado, e que as medidas de cortes de gastos devem ser anunciadas após o segundo turno das eleições municipais, no próximo domingo.

    A confiança do consumidor recuou 0,7 ponto em outubro ante setembro, após quatro meses de avanços consecutivos, apontou a Fundação Getulio Vargas (FGV). O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) ficou em 93,0 pontos, na série com ajuste sazonal. Em médias móveis trimestrais, o índice ficou estável.

    O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a inflação na cidade de São Paulo, subiu 0,62% na terceira quadrissemana de outubro, ganhando força em relação à alta de 0,52% verificada na segunda quadrissemana deste mês.

    Na China, o Banco do Povo (PBoC) manteve a taxa da linha de empréstimo de médio prazo – conhecida como MLF – de 1 ano inalterada em 2% ao ano, ao fazer uma injeção de liquidez de 700 bilhões de yuans (US$ 98,29 bilhões). O PBoC também injetou 292,6 bilhões de yuans (US$ 41,08 bilhões) em liquidez por meio de acordos de recompra reversa de sete dias, com a taxa de juros inalterada em 1,5% ao ano. O movimento era amplamente esperado depois que autoridades realizaram uma onda de cortes de taxas no mês passado para estimular a retomada da economia do país.

    Com a agenda interna esvaziada, os indicadores dos EUA devem nortear os negócios. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, tem reunião com investidores, organizada pelo Itaú BBA, em Washington (18h).

    Às 9h38 desta sexta-feira, o dólar à vista subia 0,51%, a R$ 5,6916. O dólar para novembro ganhava 0,41%, a R$ 5,6940.

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