Dólar sobe com piora no exterior após BCE e dado dos EUA
O dólar engatou firme alta, após oscilar sem direção única mais cedo em dia de definição da última Ptax de abril e véspera de feriado no País. Além de manter o cenário político local no radar, os investidores reagem à piora no humor no exterior.
O Banco Central Europeu (BCE) anunciou a manutenção das taxas básicas de juros do bloco, que era espera, mas a autoridade frustrou expectativas de que fosse ampliar a compra de ativos.
Também os pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos caíram 603 mil na semana, mais ainda o total de 3,839 mi pedidos superou as expectativas (previsão 3,5 mi).
Estão no radar também as decisões desfavoráveis de ministros do STF ao presidente Jair Bolsonaro e seus filhos políticos.
O ministro Gilmar Mendes, do STF, rejeitou ação de Eduardo Bolsonaro para suspender prorrogação da CPMI das fake news.
Além disso,o presidente Jair Bolsonaro disse hoje que está discutindo novo nome para a PF, mas a Advocacia-Geral da União (AGU) vai recorrer, desdizendo o novo titular da pasta, José Levi, que ontem afirmou que o órgão não previa a apresentação de recurso junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) para reverter a decisão que cancelou a nomeação do delegado Alexandre Ramagem.
Bolsonaro disse ainda que apresentará os seus exames para o diagnóstico do novo coronavírus, caso a AGU perca recurso na Justiça que garanta sua intimidade.
O agravamento da crise sanitária no Brasil também é acompanhada nos mercados. O Imperial College de Londres divulgou estudo que aponta o Brasil na pior situação no mundo em relação à covid-19 e que o total de mortes pela doença pode chegar a 9,7 mil até o próximo domingo.
Mais cedo, a taxa de desemprego no País ficou em 12,2% no trimestre até março, abaixo da mediana do mercado (12,4%, intervalo de 11,9% a 12,9%), o que ajudou a apoiar a desinclinação da curva de juros mais cedo.
Às 9h27, o dólar à vista subia 0,87%, a R$ 5,4025. O dólar para junho, mais líquido a partir de hoje, avançava 1,20%, a R$ 5,4080.
A alta reflete ainda reação dos “comprados” em câmbio (apostaram na elevação de preços), após o dólar à vista ter caído mais de 5% desde segunda-feira.