Dólar hesita de olho em petróleo e resposta do Brasil a tarifas de Trump
O dólar está volátil na manhã desta terça-feira, 11, e retomou sinal positivo por volta das 9h30. A moeda americana começou a sessão com sinal positivo após a confirmação de tarifas de 25% ao aço e alumínio pelos EUA, mas rapidamente perdeu força e caiu até a mínima a R$ 5,7789 (-0,12%) no mercado à vista.
A valorização do petróleo é positiva para o real e pode estar atraído fluxo comercial para o mercado à vista.
Investidores repercutem ainda a desaceleração a 0,16% do IPCA de janeiro – número idêntico à mediana projetada pelo mercado -, após +0,52% em dezembro. O IPCA acumulado em 12 meses ficou em 4,56%, também igual à mediana das projeções, que iam de 4,31% a 4,64%.
A difusão do índice de inflação oficial diminuiu para 65% em janeiro, ante 69% em dezembro, segundo a Terra Investimentos. A taxa mede a proporção dos 377 subitens do indicador que tiveram aumento de preços no período.
A reação dos ativos locais às tarifas ao aço e alumínio, que entra em vigor no início do mês que vem, é contida porque a política protecionista de Trump é vista como uma estratégia de pressão para obter acordos favoráveis, seguindo o exemplo do México e Canadá. O mercado aguarda a resposta do governo brasileiro, e se haverá retaliação. O Brasil junto com México e Canadá são os três maiores exportadores de aço aos EUA.
Segundo fontes, o Brasil aguarda detalhes antes de reagir às tarifas de Trump. O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Geraldo Alckmin, defendeu o diálogo, lembrando que, em 2018, um sistema de cotas foi negociado para minimizar impactos. O governo considera seguir a mesma estratégia e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva discutirá o tema com ministros da Junta de Execução Orçamentária (JEO) na tarde desta terça (15h30).
Trump prometeu ainda anunciar tarifas recíprocas esta semana e discutir medidas para carros, indústria farmacêutica e chips em breve.
Os investidores estão na expectativa pela audiência semestral sobre política monetária no Senado dos Estados Unidos (12h) com o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, que poderá falar sobre os riscos das tarifas para inflação e juros no país. Além dele, outros três dirigentes do BC americano participam de eventos públicos: Beth Hammack, de Cleveland (10h50); John Williams, de NY (17h30); diretora Michelle Bowman (17h30).
Às 9h37 desta terça, o dólar à vista subia 0,08%, a R$ 5,7909. O dólar futuro para março caía 0,07%, a R$ 5,8065.