Dólar cai por China e atento a Focus antes de Campos Neto, em semana de formação de Ptax
O dólar opera em baixa no mercado à vista, alinhado à queda externa predominante ante moedas principais e várias emergentes e ligadas a commodities. O real e pares emergentes sobem após crescimento de 4,3% do lucro industrial na China entre janeiro e abril, na comparação com igual intervalo de 2023.
Investidores avaliam o boletim Focus em meio à ausência dos mercados americanos nesta segunda-feira, 27, por conta do feriado de Memorial Day nos EUA. O mercado de câmbio pode ficar volátil ainda em semana com feriado local na quinta-feira (Corpus Christi), véspera do fechamento da taxa Ptax do fim de maio, na sexta-feira.
O boletim Focus, divulgado mais cedo, mostra que o mercado compartilha das dúvidas e preocupações do presidente do BC, Roberto Campos Neto, com a inflação local. Pela segunda semana consecutiva os economistas elevaram as projeções para a inflação do IPCA, com alterações para 2024, 2025 e 2026. Ao contrário da semana passada, foram mantidas as estimativas para a taxa Selic, em 10% para este ano e em 9% para 2026 e 2027. Ainda de acordo com o boletim, houve elevação na inflação do IGP-M deste ano, que passou de 2,47% para 2,65%.
Campos Neto volta a participar de evento público nesta segunda, com palestra em almoço com empresários promovido pelo Lide, em São Paulo, ao meio-dia. Já o diretor de Política Monetária do BC, Gabriel Galípolo, participa do evento Market Talks, promovido pela Liga de Mercado Financeiro da Universidade Federal de Itajubá (Unifei).
Em evento da Fundação Getulio Vargas (FGV) na sexta-feira, 24, Campos Neto disse que as expectativas de inflação do mercado estão “subindo bastante”. Ele atribuiu a desancoragem à política fiscal e ao cenário externo, mas também a dúvidas sobre a “credibilidade do Banco Central”. Além disso, disse que os preços dos alimentos podem subir por causa das enchentes no Rio Grande do Sul, o que cria um risco para o IPCA.
Às 9h30, o dólar à vista caía 0,16%, a R$ 5,1594. O dólar para junho recuava 0,28%, a R$ 5,1595.