• Dólar cai 0,35% com exterior e encerra a semana em baixa de 0,76%

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  • 01/mar 18:48
    Por Antonio Perez / Estadão

    Após dois pregões seguidos de alta, em que superou o nível de R$ 4,97 no fechamento, o dólar à vista voltou a cair no mercado doméstico de câmbio nesta sexta-feira, 1. Sem surpresas na divulgação do PIB brasileiro no quarto trimestre e em 2023, os negócios por aqui foram mais uma vez guiados pelo comportamento da moeda americana no exterior.

    Leitura abaixo do esperado de indicadores dos EUA, como sentimento do consumidor e índices de gerente de compras (PMI) da indústria, levaram a queda dos Treasuries e do dólar em comparação a moedas fortes e de países exportadores de commodities. Expectativa de novos estímulos na China e o avanço de mais de 2% do petróleo também ajudaram divisas emergentes como o real.

    Afora uma alta pontual e bem limitada pela manhã em sintonia com o exterior, em razão de fala dura de um dirigente do Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano), o dólar operou em baixa ao longo de todo dia. Com máxima a R$ 4,9467 e mínima a R$ 4,9465, a divisa fechou cotada a R$ 4,9553, em queda de 0,45%, encerrando a semana com desvalorização de 0,76%. No ano, o dólar ainda apresenta ganhos de 2,11%.

    “O dólar acabou caindo em caráter mundial com a economia dando sinais de que o efeito dos juros altos pode estar aparecendo. Isso gera a expectativa de corte da taxas realmente em junho”, afirma o economista-chefe da Frente Corretora, Fabrizio Velloni, ressaltando que o BC americano deve ser conservador no ciclo de afrouxamento por medo de qualquer sinal de repique da inflação.

    À tarde, em relatório de política monetária que será apresentado ao Congresso americano na semana que vem, o Fed reforçou mensagem recentes de seus comunicados. A taxa de juros já está provavelmente no seu pico, mas que não seria apropriado reduzi-la antes de que haja mais confiança no processo de desinflação.

    Pela manhã, causou certo desconforto declaração do presidente do Fed de Richmond, Tom Barkin, colocando em xeque a queda dos juros neste ano ao dizer não estar com pressa para tomar nenhuma decisão de política monetária. “Veremos se vamos reduzir juros”, disse, acrescentando que os indicadores econômicos vão ditar a ação do BC americano.

    Para a economista Cristiane Quartaroli, do Ouribank, apesar do alívio hoje no mercado de câmbio, a taxa permanece em nível elevado, ao redor de R$ 4,95, justamente porque ainda há um ambiente de cautela entre investidores diante das dúvidas sobre os próximos passos do Fed. “Ainda não se tem certeza de quando será o início dos cortes, ser vai ser em junho ou em julho. A permanência de juros mais altos por mais tempo mantém a pressão sobre a taxa de câmbio”, afirma.

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