Dois “jardineiros”
Como brasileiro patriota, guardo ainda boas expectativas e sobretudo esperança de que o Brasil venha a alcançar grande destaque no cenário das nações.
As “sementes” plantadas no passado, muitas floresceram; outras, entretanto, não devidamente “regadas e adubadas”, em consequência, não geraram flores, ainda que todos nós continuássemos a acreditar que pudessem vir a brotar, com a finalidade de enfeitar os “jardins” do imenso território do país.
Ocorre, todavia, que há “bons e maus jardineiros”, e os últimos a se destacarem sobre os primeiros, pelo menos desde algum tempo.
Ressalte-se que muitos dos responsáveis pelo trato “das belas plantações que floresceram”, somente nos proporcionaram alegria, colorindo nossos campos. Perderam-se e passaram a integrar o rol dos “maus jardineiros”, a maioria deles “a cultivar” o solo de Brasília, há anos seguidos, “semeando maus exemplos”.
É verdade que o bem sempre acaba por superar o mau, todavia os maus, em certos momentos acabam por suplantar “os bons jardineiros” e por isso mesmo assistimos, entristecidos, o colorido “das flores e das matas” a desaparecer com a erva daninha a se alastrar e aniquilando o que restava de belo; o Planalto Central, local onde deveriam brotar as mais belas flores, tornou-se quase que um deserto e o resto do país, sem que não dispusesse também de “bons cuidadores”, os “canteiros” acabaram por desaparecer.
Voltando, entretanto, à realidade de minha vida, deixando de lado o aspecto meramente figurativo, em decorrência da corrupção que se alastrou pelo país, eu mesmo ao longo da trajetória percorrida junto ao serviço público, acabei por tropeçar com “maus jardineiros”, embora os bons sempre a prevalecer, graças ao Pai, especialmente superiores hierárquicos.
Assim é que com relação a ineptos, cansei de observar posicionamentos e decisões pelos mesmos adotados ao se utilizarem do chavão, sem sequer ficarem ruborizados, “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”.
Destacavam-se na condição dos famosos e espertos enganadores, sem falar naqueles que promovidos, às vezes até sem que guardassem qualquer merecimento, enquanto outros, credores da premiação, vez por outra a sofrerem injustiças e vítimas até do terrível mal, “a fofoca”.
Por tudo que pude constatar, juntamente com tantos bons colegas, há de se convir, que o ser humano guarda uma grande incógnita e por mais que possa ser aconselhado, ao lhe ser mostrado os bons e seguros caminhos, demonstra na maioria das vezes, total impassibilidade.
E o pior é aquele que consegue galgar posições de direção tendo à disposição um belo gabinete, um telefone vermelho com linhas privativas e, principalmente, dispondo de uma caneta para assinar os mais despropositados despachos em processos, quiçá uma “arma” que não faz barulho, todavia perigosa.
Uma lástima, e o que nos consola entretanto, ao finalizar, é a certeza da proliferação dos “bons jardineiros” por este país afora, a esmagarem a minoria reles e ineficaz, uma vez que muitos deles chegam a se julgar “deuses e insubstituíveis”.
Por isso mesmo, essas figuras são dignas de dó porquanto só males causam ao país, “os maus jardineiros”.
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