• Doença parasitária pode afetar o coração dos cães

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  • 19/08/2015 12:00

    Quem possui algum animal de estimação está sempre atento a qualquer alteração no comportamento do seu bicho e o cuidado constante previne que várias doenças se manifestem. Menos comum na região serrana, a Dirofilariose, também conhecida como "doença do verme do coração", afeta cães e gatos, e também animais silvestres.

    De acordo com Simone Baptista, especialista em cardiologia veterinária, essa doença parasitária é causada por um verme que se aloja na artéria pulmonar e no ventrículo direito do coração. "É transmitida por mosquitos das espécies culex e aedes, muito comuns nas regiões praianas". Simone explica que o verme se desenvolve no órgão e pode provocar o aumento do lado direito do coração e, consequentemente, insuficiência cardíaca direita, com sintomas como falta de ar, ascite (barriga d`água), edema de membros e cabeça.

    A maiorias dos casos de Dirofilariose atendidos na cidade são de animais que estiveram na região litorânea, porém, Simone revela que já diagnosticou essa doença em dois cães que nunca saíram da cidade. Entre os principais sintomas em cachorros estão: a diminuição do apetite, perda de peso e apatia. Em muitos casos, o primeiro sinal da doença é a tosse. Vale ressaltar que não há raças predispostas e a patologia em gatos é rara por não permitirem tão facilmente a picada do mosquito.

    Simone revela que, por ter um ciclo longo de vida, pode demorar anos até aparecer algum sintoma. E se houver apenas um verme, talvez o animal nunca sofra com o aumento cardíaco, tornando-o assintomático. O diagnóstico é feito por um exame de sangue específico, que detecta com precisão se o resultado é positivo ou negativo para vermes adultos no coração. "No caso de muitos parasitas, pode ser possível a visualização direta no ecocardiograma", conta a especialista.

    A veterinária Priscila Mesiano, destaca que a morte dos parasitas adultos pode levar a formação de trombos (coagulação de sangue no interior do vaso sanguíneo) e o não tratamento da doença pode ser fatal para o animal. "Os métodos de tratamento existentes são prolongados e exigem acompanhamento veterinário. Eles são compostos por medicamentos orais e injeções, que podem ser adulticida (formas adultas) ou microfilaricida (formas jovens) e será escolhido pelo médico, avaliando cada caso e possíveis riscos".

    "Existem muitas formas de prevenção que podem ser feitas por meio da aplicação de pipetas na nuca do animal mensalmente ou com a colocação de coleiras específicas, além da administração de comprimido por via oral. Todas com o intuito de evitar a picada pelo mosquito transmissor", explica Priscila.

    Ela revela ainda que a mais novo método de prevenção é a vacina contra Dirofilariose. Lançada este mês no Brasil, ela já está disponível nas clínicas veterinárias, e com uma aplicação anual, o animal estará protegido. "Mesmo nossa cidade não sendo um local endêmico, a prevenção é fundamental, principalmente nos animais que costumam ser levados pelos donos para regiões litorâneas", conclui a veterinária.


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