• Documentário sobre covid vence edição do festival É Tudo Verdade

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  • 10/04/2022 22:32
    Por Redação O Estado de S. Paulo / Estadão

    Principal festival dedicado à produção documental da América Latina, o É Tudo Verdade divulgou na noite deste domingo, 10, os vencedores da sua 27ª edição. Dirigido por Anna Petta e Helena Petta, Quando Falta O Ar foi eleito o vencedor da Competição Brasileira de Longas e Médias-Metragens (R$ 20 mil). O filme destaca o trabalho de enfrentamento de médicas, enfermeiras, agentes de saúde, e traz uma face da luta coletiva contra a covid-19.

    “É mais do que uma radiografia contundente e corajosa da pandemia da covid-19 no Brasil.”, destacou o júri composto por Eloá Couzal, Carlos Ebert e Renato Terra. “As diretoras conseguem ampliar o entendimento da tragédia humanitária em várias perspectivas: desde os agentes comunitários que trabalham na prevenção até as Unidades de Tratamento Intensivo dos Hospitais, passando pelos corpos ensacados e enterrados em quantidades assustadoras.”, ponderaram. Já Sinfonia de Um Homem Comum, de José Joffily, recebeu a menção honrosa

    Cantos de um Livro Sagrado levou o prêmio de melhor curta da competição brasileira (R$ 6 mil). De Cesar Gananian e Cassiana der Haroutiounian, mostraram a Revolução de Veludo a partir de diversos pontos de vista, desde as mudanças mais simples no cotidiano até as mais complexas no espírito do tempo. “Por extensão, ajuda a entender o que acontece atualmente na Ucrânia”, classificou o júri. Cadê Heleny?, dirigido por Esther Vital, foi levou menção honrosa na competição nacional de curtas.

    O júri ressaltou que, na seleção de curtas, houve uma “amplitude da temática negra refletida pelos olhares de autores negros”. “Os filmes Alágbedé, de Safira Moreira, e Solmatalua, de Rodrigo Ribeiro-Andrade, trazem novos ares para o pensamento cinematográfico brasileiro.”

    O júri para as competições internacionais de curtas e longas e médias-metragens foi formado por cineasta e escritor brasileiro Luiz Bolognesi (Ex-Pajé, A Última Floresta), pelo escritor, jornalista e designer uruguaio Hugo Burel, e pela cineasta norte-americana Megan Mylan, ganhadora do Oscar de Melhor Documentário em Curta, em 2009, por Smile Pinki.

    O vencedor da competição internacional de longas e médias-metragens é O Filme da Sacada (Polônia), (R$ 12 mil), de Pawel Lozinski.

    No documentário, o diretor entrevista, da sacada do seu apartamento, em Varsóvia, pessoas que passam ali em frente. A partir desse dispositivo, traz histórias singulares e tratam dos modos como lidamos com a vida na condição de indivíduos.

    O júri aponta que o filme está “levando em conta o mosaico de retratos profundos de personagens retirados do anonimato urbano por um dispositivo insólito e simples que realiza um surpreendente mergulho em suas personalidades, medos e desejos”. “Além do lirismo das personagens, a originalidade do dispositivo narrativo une a simplicidade da ideia genial com a postura de escuta paciente e sensível do realizador polonês Pawel Lozinski.”

    Ultravioleta e as Gangues das Cuspidoras de Sangue (França), de Robin Huzinger, recebeu do júri uma menção honrosa.

    Como Se Mede Um Ano?, de Jay Rosenblatt (EUA), foi escolhido pelo júri como melhor curta da competição (R$ 6 mil). O júri destacou a originalidade da ideia, o esforço da produção que durou 17 anos, mostra a transformação da filha do cineasta – única personagem do filme. “As respostas que ela dá às mesmas perguntas feitas por seu pai a cada ano, trazem uma mensagem direta e existencial muito comovente. Em apenas 29 minutos, o bebê se torna uma mulher, crescendo e mudando diante de nossos olhos.”

    Na categoria, Ali E Sua Ovelha Milagrosa (Iraque/Reino Unido), com direção de Maythem Ridha, levou uma menção honrosa. o júri destacou a sobriedade, a sensibilidade e economia dos recursos visuais e narrativos utilizados para contar a história de um menino de 9 anos que se vê obrigado a sacrificar Kirmeta, sua ovelha favorita.

    “Foi emocionante, ainda nesta edição híbrida, vivenciar o reencontro em salas entre o festival, a equipe dos filmes e o público”, comenta Amir Labaki, diretor do É Tudo Verdade.

    O festival exibiu, de 31 de março a 10 de abril , um total de 78 longas e curtas-metragens em competição e hors-concours, de forma gratuita, em plataformas de streaming disponíveis em todo o território brasileiro. Além disso, neste ano o festival retomou suas sessões presenciais, que aconteceram em São Paulo e Rio de Janeiro.

    Os ganhadores dos prêmios de Melhor Longa-Metragem Brasileiro e Internacional terão novas exibições entre os dias 11 e 12 de abril, às 21 horas, respectivamente, na plataforma É Tudo Verdade Play.

    O curtas nacional e estrangeiro vencedores das mostras competitivas também serão exibidos na plataforma, a partir das 12 horas de 11 de abril, respeitando o limite de visionamentos.

    A entrega dos troféus e certificados para os premiados brasileiros aconteceu no Espaço Itaú Augusta em cerimônia seguida da projeção do documentário O Território, do diretor Alex Pritz.

    A 28ª edição do festival acontecerá entre 13 e 23 de abril de 2023.

    Prêmios Paralelos

    – Prêmio Aquisição Canal Brasil de Incentivo ao Curta-Metragem (R$ 15 mil), para o filme brasileiro: Cadê Heleny?

    – Prêmio Mistika (R$ 8mil), Cantos de um Livro Sagrado, de Cesar Gananian e Cassiana der Haroutiounian;

    – Prêmio EDT (Associação de Profissionais de Edição Audiovisual), para a melhor montagem de um curta e um longa-metragem, concedidos, respectivamente, Solmatalua de Rodrigo Ribeiro Andrade, e Sinfonia de um Homem Comum, de José Joffily.

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