• Do começo no rádio aos dias atuais, ‘Tributo’ celebra ator Ary Fontoura

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  • 12/fev 08:39
    Por André Carlos Zorzi / Estadão

    “Posso me considerar um vitorioso, se não, não estaria aqui. Para que ter memórias de uma pessoa que não significa nada?”, diz Ary Fontoura, de 90 anos, em determinado momento da série documental Tributo, produção original da Globoplay, uma homenagem à história de um dos poucos atores de TV nascidos na década de 1930 em atividade (ele está em cartaz atualmente na novela Fuzuê).

    Com 1h07 de duração, muitos temas se resumem a meras “pinceladas” por sua história. Cita-se desde o seu interesse pelos programas da Rádio Nacional durante a infância, passando pelo período em que cantava na noite curitibana e participava de peças de teatro, até chegar à TV, onde se consolidou. Na maioria das vezes, é o próprio Ary quem fala. Em outras, são os artistas com os quais contracenou – como Mariana Ximenes -, o que evita a monotonia.

    O destaque fica para momentos curiosos, como o dia de sua chegada ao Rio: 31 de março de 1964, coincidindo com o golpe militar. Há partes emotivas, como a “amizade mais longa” que teve, com Nicette Bruno e Paulo Goulart , por mais de 60 anos, incluindo um depoimento de Beth Goulart, atriz e filha do casal.

    Ele conta ainda que o melhor trabalho de sua carreira foi o personagem Baltazar Camará, na novela O Espigão (1974). Um professor de ecologia e botânica, que vivia com o remorso de ter atropelado uma pessoa. “Ele tinha um problema seriíssimo: só sentia prazer cortando o cabelo das mulheres e aspirando o perfume do cabelo.”

    Redes

    Era evidente que a presença do ator em redes sociais ganharia destaque. Sempre brincalhão em suas postagens, Fontoura coleciona milhões de seguidores por conta do jeito bem-humorado e autêntico. Surge no documentário a figura de seu assessor de imprensa, que o ajudou a criar os perfis durante a pandemia.

    “Meu trabalho é uma provocação, e essa é a resposta. Eu tenho de agradecer por não ficar uma pessoa insuportável e impenetrável só porque eu sou famoso”, diz. “Isso foi uma coisa pela qual eu sempre batalhei: ser simples. É aí que reside o meu charme, o que eu sou.”

    As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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