• Djokovic diz que tenistas foram ‘mantidos no escuro’ sobre casos de doping de Sinner e Swiatek

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  • 29/12/2024 16:30
    Por Estadão

    Um dia após Nick Kyrgios detonar os rumorosos casos de doping no tênis na temporada 2024, o sérvio Novak Djokovic fez coro ao seu parceiro de duplas no Torneio de Brisbane, na Austrália. O ex-número 1 do mundo afirmou que as autoridades estão mantendo os tenistas “no escuro” sobre os casos mais famosos, como o do italiano Jannik Sinner, atual líder do ranking, e da polonesa Iga Swiatek, que dominou a lista da WTA nos últimos dois anos.

    “Não estou questionando se (Sinner) tomou a substância proibida intencionalmente ou não”, disse Djokovic, neste domingo, em Brisbane. “Tivemos muitos jogadores no passado e atualmente suspensos por nem mesmo testarem positivo para substâncias proibidas. Alguns jogadores com rankings inferiores estão esperando que seus casos sejam resolvidos há mais de um ano. Fiquei realmente frustrado ao ver que fomos mantidos no escuro por pelo menos cinco meses (sobre o caso Sinner).”

    Os casos de doping de Sinner e Swiatek surpreenderam o mundo do tênis nesta temporada. O italiano, novo astro do tênis masculino, falhou em dois testes antidoping em março. Os exames constataram a presença de um esteroide anabolizante. No entanto, foi inocentado por um tribunal independente.

    O número 1 do mundo, porém, ainda poderá ser punido pelos testes positivos porque a Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês) recorreu da decisão. Se condenado, o campeão do Aberto da Austrália e do US Open deste ano poderá ser suspenso por até dois anos.

    O caso de Swiatek, atual número dois do mundo, foi mais recente e gerou uma suspensão de apenas um mês. Em ambos os casos, os tenistas escaparam de punições duras porque suas defesas, bem-sucedidas, alegaram contaminação de amostras de suplementos ou medicamentos consumidos de forma recorrente pelos tenistas.

    Djokovic reforçou que, na sua opinião, está faltando transparência quanto à atuação das autoridades responsáveis pelos testes antidoping. “A ATP não falou muito sobre isso. Por que eles mantiveram esse caso longe do público? Vemos o caso de Simona Halep na WTA, agora o caso de Iga Swiatek”, disse o atual número sete do mundo.

    “Não é uma boa imagem para o nosso esporte. Estou apenas questionando a maneira como o sistema funciona e por que certos jogadores não são tratados da mesma forma que outros. Talvez algumas razões estejam ligadas à posição de cada um no ranking ou alguns tenistas tenham mais apoio financeiro e equipes jurídicas mais fortes para lidar com esses casos.”

    No sábado, Kyrgios já havia disparado contra estes casos. “Eu só acho que isso foi tratado de forma horrível no nosso esporte. Dois números um do mundo sendo acusados de doping é repugnante para o nosso esporte. É uma visão horrível”, declarou o tenista, ex-número 13 do mundo. “A integridade do tênis neste momento, e todo mundo sabe disso, mas ninguém quer falar sobre isso, é horrível. Não está certo.”

    Curiosamente, o australiano e o sérvio vão formar dupla no Torneio de Brisbane, que começou neste domingo. A competição serve de preparação para o Aberto da Austrália, o primeiro Grand Slam do ano. E também vai marcar o retorno de Kyrgios às quadras. O tenista da casa não joga uma partida no circuito desde junho de 2023 em razão de problemas físicos.

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