• Dívidas: quais pagar primeiro?

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  • 27/05/2020 12:00

    Diversos empresários, não raro, me confidenciam: “nunca vou pedir dinheiro emprestado a banco”. E eu pergunto o porquê e vem à resposta quase unânime: ficar devendo a banco? Nunca! E, muitas vezes, esse mesmo empresário comprou um imóvel financiado. Isto também é empréstimo.

    Por que esse empresário não quer pedir dinheiro emprestado se tem o imóvel dele financiado? Uma das razões é que ele fez uma análise simples: o valor da mensalidade é perto do aluguel que ele pagaria e, além disso, fará um investimento onde, no futuro ou quando precisar, poderá vendê-lo.

    O que o empresário fez foi, na verdade, um planejamento de investimento na vida pessoal. Verificou onde ele terá ganho no futuro. Então, por que ele se nega a pedir empréstimo ao banco para a empresa? Simples: porque não passa pela cabeça dele que um empréstimo pode ser um alavancador da empresa. E, para ele ter certeza se pode pedir um empréstimo, é necessário fazer um estudo para verificar o quanto ele ganhará ao usar esse empréstimo na empresa. 

    Vamos imaginar um caso esdrúxulo: o empresário deseja investir R$100 mil em um determinado produto no negócio dele. Com isso ele terá R$8,5 mil a mais de lucro por mês. Mas demorará 06 meses para preparar a empresa. Terá que recorrer ao banco e vai pagar 50% de juros ao ano. Nesse caso, ele vai demorar cerca de 02 anos para quitar este empréstimo. Depois disso ele terá de lucro cerca de R$100 mil por ano. Não vale à pena? Então, empresário, vamos olhar para fora da caixa e começar a fazer contas.

    Mostrei acima um caso que justifica empréstimo. Empréstimo significa dívida. A impossibilidade de pagamento de qualquer conta é dívida. E, sem dúvida, muitos empresários ou qualquer um de nós, pode se endividar. Mas em um determinado momento, teremos que pagá-las. Mas, por vezes, não temos como pagar todas ao mesmo tempo, pois estamos inviabilizados. O que fazer então? A palavra da hora é negociação.

    A primeira coisa a fazer é colocar no papel, planilha, etc. o que é devido. Registrar ao longo do tempo os valores a receber e a pagar que terá no futuro. Dessa forma já visualiza no preto e no branco o fluxo de caixa que terá pela frente. Use um tempo para analisar detalhadamente esse material. Inicialmente determine o que pode ser cortado. Com isso seu fluxo de caixa vai melhorar. Corte na carne se for preciso. Tenha coragem.

    O segundo passo é verificar o que é crítico para seu negócio. Esses valores críticos deverão ser priorizados. Deve entrar nessa criticidade os valores que terão reajuste ao longo do tempo. Veja as taxas de juros maiores, pois essas dívidas vão aumentar mais do que as demais.

    A primeira atenção deve ser dada aos serviços essenciais que podem parar o seu negócio, colocando em prioridade máxima o pagamento aos empregados. Tome muito cuidado com as dívidas que envolvem bens dados como garantias. Procure analisar quais têm os juros altos (cartão de crédito, empréstimos e cheque especial). Dívidas que podem negativar o nome de sua empresa não podem ser esquecidas. Dívidas com amigos e familiares são as mais fáceis de serem negociadas de forma geral.

    Um ponto que nunca deve ser esquecido é a criticidade que sua empresa tem com relação a algum fornecedor. Leve em consideração que a inadimplência com ele pode, simplesmente, levá-lo a falência. 

    Com as dívidas de banco: analise se pode esticá-las no tempo ou unir todas elas (caso haja mais de uma) em um único pacote com juros menores e mais tempo para pagar. Negociar com seu banco ou outro qualquer.

    Para qualquer negociação já leve uma proposta firme. Mesmo que diga que vai começar a pagar daqui a 06 meses. O importante é acalmar o seu credor.

    Verifique se pode fazer algum tipo de permuta. Analise a possibilidade de desfazer-se de bens pessoais para quitar as dívidas. Não desapareça. Dê uma satisfação a seus credores.

    Lembre-se que o objetivo de negociar, quitar dívidas e cortar os custos na carne é para um bem maior. Conseguir que sua galinha de ovos de ouro não morra: a sua empresa. Mas, se chegar a conclusão na análise dos números que não conseguirá manter a empresa: tome a dura decisão de fechá-la o quanto antes. Quanto mais tempo levar para essa dolorosa decisão, pior. A dor será cada vez maior. Vamos pensar juntos e verificar como gerenciar suas dúvidas? Basta entrar em contato comigo. mairom.duarte@csalgueiro.com.brWhatsapp (24)98114-3677

     

    * Mairom Duarte é Consultor em Gestão de Negócios e atua há mais de 25 anos em Consultoria de Gestão Empresarial.

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