Ditadura militar: CDDH promove debate, com Anita Prestes e Leonardo Boff, sobre as marcas que o episódio deixou na história
Considerados símbolos na luta pelos direitos humanos no Brasil e no mundo, Leonardo Boff e Anita Prestes, filha de Olga Benário e Luiz Carlos Prestes participam na noite desta terça (6), às 20h, da live “Até onde a ditadura militar nos deixou marcas?”. Atividade faz parte da programação da Semana da Memória, Verdade e Justiça, promovida pelo Centro de Defesa dos Direitos Humanos (CDDH). A transmissão será pela página do Facebook da entidade.
O evento, a Semana da Memória, é previsto em Lei Municipal e ocorre sempre a partir do dia 31 de março. A data marca o início do golpe militar de 1964, que deu origem a 21 anos de ditadura, com perseguições políticas, sequestros, torturas e assassinatos no Brasil.
O objetivo da semana é evitar que tais acontecimentos sejam esquecidos pela sociedade, lembrando que centenas de brasileiros são considerados desaparecidos mesmo 57 anos após o início da ditadura no país. Toda geração foi marcada pelas violações contra os direitos humanos naquele período.
A programação começou, no último dia 31, com o ato em frente a Casa da Morte de Petrópolis, que é conhecida como um dos principais centros clandestinos de tortura e assassinatos de presos políticos do país no início da década de 1970. No local, foram colocadas faixas com frases como “Ditadura nunca mais” e “Pela desapropriação da Casa da Morte”.
De acordo com pesquisa feita pela Comissão da Verdade de Petrópolis pelo menos 22 pessoas foram torturadas e mortas no imóvel. A única sobrevivente foi Inês Etienne Romeu, responsável por denunciar a existência do aparelho de torturas e assassinatos. A militante morreu em 2015 em sua casa em Niterói.
No dia 31, um grupo de mulheres de Petrópolis também leu o depoimento que Inês prestou à OAB quando saiu da prisão ainda durante o regime militar. O vídeo está disponível no IGTV do Grupo Pró-Memorial (gpmcasadamorte).
A programação da Semana da Memória foi organizada pelo Grupo Pró-Memorial Casa da Morte, CDDH de Petrópolis, Centro Alceu Amoroso Lima para a Liberdade (CAAL) e sociedade civil.